A novíssima série da família Ultra apresenta um herói e a sua jornada na tentativa de se tornar um guerreiro da luz apesar de ser filho de um ser desprezível que habita e aprecia as trevas.
Ultraman Geed é o nome desta promessa que chega com uma ousadia de dar inveja à sua concorrente.
Quando falo em ousadia, me refiro às mudanças, em tentar o diferente e sair da caixinha. Apesar de alguns clichês dos tokusatsu, a série consegue ser diferente de sua antecessora e, ao mesmo tempo, trazer elementos novos sem deixar de lado o desenvolvimento de personagens, uma boa história e um herói admirável.
Gostaria de ressaltar que não sou um fã hardcore dos Ultra daqueles que conhecem todas as séries e sabem todas as referências pois, até o momento, acompanhei somente Ultraman 80 e Orb. Dito isto, vamos começar a falar um pouco mais desta série.
A história tem como protagonista um herói que carrega nas suas veias o DNA de um pai terrível. Chamado Ultraman Geed, ele é filho de Belial, um inimigo da irmandade Ultra que estreou no filme Ultraman – Mega Batalha na Galaxia Ultra e também participou de Ultraman Zero: A Vingança de Belial. Ao mesmo tempo que esse jovem luta contra monstros, ele também batalha para ser um herói da justiça enquanto tenta descobrir os mistérios obscuros que envolvem o seu passado.
Tudo começa quando uma grande desgraça acontece no universo, enquanto alguns guerreiros Ultra lutavam contra o arqui-inimigo Ultraman Belial. Ele consegue acionar uma bomba de proporção interplanetária que cria um grande buraco negro, destruindo tudo o que aparece pela a frente. Pasmos e de braços atados, um grupo de guerreiros observam de longe a destruição de um planeta similar à Terra e toda as vidas contidas nele.
Mas, em uma última tentativa, Ultraman King sacrifica-se e funde-se ao universo, restaurando, assim, todos os planetas e vidas que foram perdidas. Porém, de alguma forma, este evento apocalíptico foi sentido na Terra e ficou conhecido como “Crisis Impact” e é discutido frequentemente na TV. No entanto, a única evidência do fato é apenas uma foto com a silhueta de Belial.
Então, conhecemos o nosso protagonista, Riku Asakura, um jovem que foi encontrado ainda bebê e não sabe quem são seus pais. Ele ganha a vida trabalhando em uma loja e vive sozinho com seu amigo alienígena o Pegassiano Pega, que também o ajuda trabalhando na fabricação manual de flores artificiais. Além de lidar com os dilemas da vida, Riku precisa aprender a controlar sua força sobre-humana e assumir suas responsabilidades.
Nas horas vagas, como ninguém é de ferro, ele é um grande fã de tokusatsu! Seu herói favorito é o Don Shine e ele não perde nenhum programa.
Quando um grande monstro ataca a cidade, Riku descobre uma base secreta e conhece REM, a inteligência artificial responsável pelo lugar. Chega a hora da revelação de que ele é filho de Belial e também é o momento em que ganha o Geed Riser e as cápsulas com os poderes de outros guerreiros Ultra para lutar contra as aberrações que começaram a destruir a cidade.
Usando os poderes daqueles que já lutaram bravamente pela Terra, Riku decide que será chamado de Ultraman Geed. Esta palavra vem de um bordão inventado pelo próprio personagem, que significa “Jiittoshite temo, dounimo narane!” em uma tradução livre seria “Ficar aqui parado, não adiantará de nada!”, mas foi genialmente adaptado pela Crunchyroll como“Gente parada dorme no ponto!”
A série segue basicamente a mesma formula de Ultraman Orb, ou seja, dois antigos guerreiros são combinados, uma nova forma é criada e a mesma coisa se aplica aos monstros. O episódio 0 explica bem como acontecem estas fusões e quem são os guerreiros que vão fazer parte delas.
Depois deste panorama rápido, quero compartilhar minhas primeiras impressões sobre a série e começarei causando polêmica.
Sim, as séries Ultra atuais estão melhores que as produções da Toei (Vide Kyuranger e quiçá Ex-Aid). Por quê? É simples. Elas conseguem fazer algo que a Toei não faz há bastante tempo, deixar de lado os personagens caricatos e apostar em personagens com vida e profundidade, com os quais, na maioria das vezes, você torce, ri, convive e até chora junto.
É o caso do Reito. Um assalariado desajeitado e pai de família que enfrenta os problemas da vida e do trabalho e que, ao tentar salvar um garoto na rua, quase morre atropelado depois de escorregar em uma casca de banana. No hospital, entre a vida e a morte, graças à sua coragem e determinação, ele recebe uma segunda chance na vida.
Não é diferente com Riku. Ele escolheu o próprio nome do herói e tenta arduamente melhorar sua popularidade com as pessoas, uma vez que, como seu visual é parecido com o de Belial, acreditam que ele também é culpado pelo Crisis Impact. Esta questão de aceitação foi algo que me chamou bastante atenção. Até que ponto você precisa ser alguém que não é para tentar agradar as pessoas?
São detalhes bobos, confesso, mas que desenvolvem e conquistam por tentar desvirtuar do irreal, do caricato, para estabelecer personagens de suma importância de uma maneira sutil e normal, sem apelações.
Além disso, a série consegue passar mensagens com diálogos bem construídos. Como por exemplo no episódio 6, quando Riku e Reito discutem se “É mais fácil ser um guerreiro Ultra ou um trabalhador assalariado?”. Os personagens trocam de lugar e cada um deles experimenta por um dia a vida e as dificuldades do outro. No final, os mais atentos recebem a mensagem por trás do episódio: “Cada um tem seus problemas e cada um os enfrentam à sua maneira, não critique os outros pelo que eles aparentam, às vezes, você não sabe o que estão passando e apenas saberá se sentir na pele as mesmas dificuldades.”
A série também apresenta as Little Stars, uma luz que habita certos humanos ou monstros e que lhes dão alguma habilidade especial. Este elemento na trama sempre passa alguma lição de moral no final, como por exemplo: “Valorize os seus amigos pelo que eles são, não pelo que eles têm.”, “Ter fé nas pessoas é algo importante nos momentos difíceis”, “Não julgue as pessoas pelas diferenças”.
Quando uma série consegue fazer estes feitos, ela ganha um pedaço especial da minha atenção.
A história até agora segue um ritmo excelente e a cada episódio você fica mais ansioso pelo próximo. Assim como Orb, Geed consegue jogar certos mistérios no ar sobre o desfecho do personagem principal, afinal, ele é filho de Belial e, quanto mais episódios avançam, nós temos a sensação de que um plano perverso está rolando por debaixo dos panos e vai vir à tona em algum momento.
Há quem diga que as séries atuais da família Ultra são carregadas pela nostalgia. Posso falar com as propriedades de alguém que não é fã nato da franquia que essa afirmação não passa de uma grande falácia.
Todas as vezes que assisto uma série nova, fico ligado nos detalhes, pois quero tirar o máximo de mensagens passadas pela trama e principalmente, criar uma simpatia pelos personagens, afinal, eles sempre enfrentarão aquele vilão final e como vamos torcer para eles se não são bem desenvolvidos? (Olá, Kyuranger).
Nesse aspecto, tanto Orb quanto Geed conseguem fazer de forma magistral sem apelar para nenhuma nostalgia.
Resumindo e deixando claro para quem ainda não entendeu: Ultraman Orb e Geed não são Gokaiger.
No geral, a série está sensacional em quase todos os pontos. Os personagens são carismáticos, a história é incrível e Geed terá o grande fardo de superar ou ser tão boa quanto a sua antecessora.
O meu foco aqui foi em certos pontos da trama que mais me chamaram atenção, porém, não é apenas isso que a série tem de bom! Vários outros elementos e personagens incríveis são descobertos assistindo e acompanhando episódio por episódio.
Se você é fã ou gosta das franquias Kamen Rider e Super Sentai, fique sabendo que a grama é mais verde no vizinho e se ainda tem o velho pensamento que Ultraman é apenas um gigante que derrota algum monstro e faz parte de alguma corporação ou algo do tipo, troque o disco e venha assistir a estas novas produções que arrebentam a boca do balão e aproveite pois esta série promete e muito!
Quanto à distribuição, como a Tsuburaya não é boba nem nada, ela disponibiliza a série legalmente pela plataforma de streaming mundial Crunchyroll, além de também disponibilizar por uma semana gratuitamente o último episódio lançado no Youtube. (Diferente da sua concorrente cabeça dura).
O que estão achando da série? Não esqueçam de deixar a suas opiniões aqui em baixo nos comentários.
Bebeto uma pequena correção Belial estreou antes do filme em um especial.
meu só digo que essa doeu , nossa não eu quero vira amigo desse sity , meu tu falou tudinho o que um cara pode quere ouvir, que incrível, tipo eu vejo kamen rider e super sentai , ai fui ver o ultra orb gostei dmais , é incrível isso, kkkk , vai ser top esse ano
Sério? Eu fiquei sabendo que ele apareceu primeiramente nestes filmes, depois queria saber onde mais ele apareceu pois quero ver tudo sobre ele 😉
é a marvelização do ultraman ?
Na teoria talvez, se você comparar Geed com aquele filme do Homem Aranha deste ano você vai ver algumas semelhança com o protagonista. No geral, ela sempre foi igual no quesito de crossover entre as séries, ela sempre tenta trazer os atores originais (assim como a Marvel faz com os Vingadores) e os heróis antigos.
A franquia ULTRA está saindo do protocolo e está dando certo!
As séries e a sua distribuição estão anos luz a frente da TOEI ( cabeça dura mesmo! ).
Geed está se saindo melhor do que eu esperava. E o episódio da semana passada foi realmente muito bom. Sou fã das antigas e estou gostando muito de acompanhar.
Pra quem busca mais referências de Geed em português (elenco, ficha técnica e equipe de criação):
http://nagado.blogspot.com.br/2017/07/ultraman-geed-luz-e-trevas.html
http://nagado.blogspot.com.br/2017/06/ultraman-geed-estreia.html
Realmente último episódio foi muito bom, achei muito blowing-mind, o Fukuide já é um dos melhores vilões dos Tokusatsu.