Motivos para assistir: Kikaider

Olá, Senpuumaníacos!

Venho aqui com mais um post sobre séries antigas que marcaram o gênero tokusatsu. Desta vez vou comentar sobre uma produção que antecedeu a franquia Kamen Rider: o Humano Artificial Kikaider! Não confundam com Metalder, o Homem-Máquina (mais adiante eu explico porquê).

Um tributo singelo ao Astroboy, Frankenstein e Pinóquio

O ano era 1972 e o mestre Shotaro Ishinomori estava iniciando seus passos na TV. Recém havia lançado a série Kamen Rider (1971-1973) e, para seu próximo projeto, resolveu homenagear Ozamu Tezuka (e o personagem Astroboy) na criação de Kikaider.

Utilizando o conceito de um “homem artificial”, Ishinomori utilizou características que vão desde a criatura (Kikaider) se volta contra seu criador (no caso a organização DARK), a Pinóquio (o circuito de consciência GEMINI – uma alusão ao grilo falante que era a consciência da criação do Gepeto).

Dessa salada de gêneros surgiu uma história emocionante que deu origem a uma sequência (Kikaider 01 / 1973), três animações nos anos 2000 (Kikaider – The animation / 2001), Kikaider 01 / 2001, Kikaider Vs. Inazuman / 2002) e um filme para cinema baseado no vilão da Série (Hakaider / 1995).

Ao mesmo tempo em que a série original era exibida na TV, um mangá era publicado nas bancas nipônicas com o traço do mestre Ishinomori.

A triste sina de uma máquina com sentimentos humanos

A estória começa apresentando o cientista Den Komyoji, especializado em robótica que, após se culpar pela morte de seu primogênito num acidente de laboratório, conhece o Professor Gill, que se mostra muito interessado em seu trabalho.

Com o tempo, Komyoji descobre que estava sendo manipulado a construir máquinas assassinas para a organização DARK e que sua própria esposa é uma espiã. Então, ele decide usar os conhecimentos para construir um robô com sentimentos humanos, movido pelo circuito de consciência GEMINI, seu nome é JIRO e ele possui a semelhança do filho primogênito perdido (alguém aí lembra do Metalder?) e na forma robótica de KIKAIDER ele combate seus irmãos controlados pelo Professor Gill.

Por fim, a filha de Komyoji, Mitsuko, descobre a existência de Jiro e questiona quais seriam as motivações de seu pai para construir um robô atormentado por sentimentos humanos, mas acaba por simpatizar e até se apaixonar pela ?máquina?. O filho mais novo, Masaro, considera Jiro como parte da família, mas sua ingenuidade infantil não permite que enxergue toda a conspiração que existe por trás da criação, afinal, Komyoji tinha seus filhos, então que necessidade teria para que, como Gepeto, construísse um Pinóquio para si?

Um antiherói marcante

Na metade da série surge um vilão que, de tão marcante, 25 anos depois gerou um belo filme de ficção científica com direção e produção de Keita Amemiya: seu nome é Hakaider!

O primeiro antiherói do tokusatsu foi criado como o “irmão mais novo” de Kikaider, Saburo. Sua personalidade humana tinha um charme arrogante e carismático, às vezes sobressaindo o próprio protagonista em cena.

Após várias batalhas culminando em empates, se descobre que o cérebro humano do andróide era do Dr. Komyoji, transplantado para ser usado como um ás pelo Professor Gill. É criado então um impasse: como derrotar Saburo sem que o cérebro pereça? Hakaider foi tão marcante que George Lucas mencionou como inspiração para a criação de Darth Vader.

Legado da série

Kikaider foi inovador pelo drama do personagem principal, que luta constantemente com seus sentimentos e enfrentar seus próprios irmãos (este dilema foi mais trabalhado na animação, que merece um destaque à parte – por usar o traço de Ishinomori).

O herói solitário e o som triste de seu violão foram características marcantes. A continuação, Kikaider 01, lida com um irmão (o protótipo 01 sem o circuito de consciência) e uma legião de Hakaiders, agora dominados pela organização SHADOW.

Mais uma prova da tamanha influência de Kikaider foi a criação de Metalder como homenagem ao herói.

Bom, espero ter apresentando motivos para o fã de tokusatsu assistir esta série.

Apreciem esta que é uma das primeiras produções do gênero com o toque do mestre Shotaro Ishinomori!

Rider kick a todos!