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A Freira [Crítica sem spoilers]

Pedro Mandella 6 anos ago 0 203

O suicídio de uma jovem freira em um convento na Romênia chama a atenção de Roma, que envia um padre e uma freira para investigar o caso. O que antes parecia apenas uma tragédia se transforma em uma investigação demoníaca em um lugar amaldiçoado e cheio de segredos.

Finalmente o tão esperado filme de James Wan chega ao cinema. Interligado à franquia de sucesso Invocação do mal, A Freira é um spin-off da Freira Valak, um demônio poderoso e cheio de ódio que usa da imagem religiosa para perseguir os fiéis. Vamos começar destacando a locação do filme que, filmado na Romênia, tem uma fotografia de encher os olhos tornando cada quadro uma obra de arte.

Uma curiosidade é que a equipa de A Freira teve que construir a igreja da Abadia de Santa Carta nos estúdios da Castel Film, já que é proibido filmar dentro das igrejas romenas. Os ângulos de câmera são precisos e de muita qualidade, oferecendo ao telespectador uma imersão pelos corredores sombrios do convento. A direção de arte é de bom gosto. O preto contrastando com a luz das velas, a sobriedade nada exata, tudo casa de forma primorosa no contexto da história.

O roteiro é bem escrito, respeita a ligação com as outras produções mas ao mesmo tempo tem identidade própria. O filme se sustenta e se mantém pela sua qualidade. O mistério e o inesperado são usados dosadamente no longa, que traz uma experiência de descoberta aos poucos. Há pontos em que eu me decepcionei um pouco, algumas poucas cenas sem necessidade que não fariam falta na narrativa, mas nada que me incomodou profundamente. Em alguns momentos o que deveria ser assustador é engraçado e isso desrespeita o gênero do filme.

Não vou me estender muito na relação de cenas para não dar spoilers e para que vocês tenham uma experiência pessoal quando assistirem. É importante lembrar que o filme deixa muitas questões sem respostas, se isso é proposital ou não ainda não dá pra saber, mas assistam conscientes de que não há desfechos para tudo.

As atuações são boas, o medo se faz presente e Taissa Farmiga convence. Irmã de Vera Farmiga, Lorraine Warren em Invocação do Mal, Taissa provou que tem competência e que o talento é de família. Bonnie Aarons que interpreta o demônio Valak, está muito confortável no papel, um trabalho difícil uma vez que a expressão facial e corporal são suas únicas ferramentas. Temos ainda  Demián Bichir como Padre Burke e Jonas Bloquet como Frenchie que cumprem seus papéis de forma harmônica.

Em resumo, A Freira é uma bela produção, bem feita, bem dirigida e tem muitos pontos positivos. Uma grata surpresa para o fãs de Wan, muito superior à Annabelle, pois não inventa demais. O filme segue o fluxo da história e traz, na medida certa, os pontos de conexão com os outros filmes da franquia, sem fugir daquilo que foi proposto inicialmente. Continuamos esperando pelo próximo trabalho do diretor, que vem se destacando no universo do thriller e pelas continuações dentro da grandiosa franquia, que se tornou um dos grandes filmes de terror da década.

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Viciado em cinema desde criança, apaixonado por fotografia, café, arte, doces, frio e sextas feiras. Amante da literatura e do cinema francês.

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