Texto: Ygor Medina
Kamen Rider Ghost realmente tinha uma proposta nova para as séries da franquia na qual mostrava para o público o mundo sobrenatural e ainda usava de figuras históricas importantes para o desenvolvimento do enredo. Infelizmente, a série caiu num vórtice que fez o roteirista se perder completamente, abandonando o básico da trama, que era o elemento sobrenatural e transformando tudo em “ciência”. Sem contar as várias perguntas não respondidas, principalmente com relação a Makoto, o Kamen Rider Specter.
Provavelmente com o intuito de explorar um pouco mais os personagens e ainda pegar um pouco mais do dinheiro dos fãs, a Toei não perdeu tempo e preparou um filme derivado da série: Kamen Rider Ghost RE: BIRTH: Kamen Rider Specter. O longa, que tem pouco mais de uma hora de duração, é continuação direta dos eventos da série, se passando dois anos depois. Takuru Fukuda, o roteirista de Ghost, volta a escrever na produção.
Ele tinha uma só missão ao meu ver, que era tentar corrigir e melhorar falhas da série, além de suprir a necessidade dos espectadores por respostas sobre os mistérios que ficaram no ar. Mas nem isso ele conseguiu fazer direito.
O pior de tudo é que conseguem estragar ainda mais o Makoto, colocando um elemento completamente clichê dos anos 90 na história de origem do personagem, o que faz com que o espectador fique pensando “o que diabos esse cara tinha na cabeça?”
O personagem, que ao meu ver já sofre bastante com a interpretação fraca do ator, vai se perdendo no filme numa relação mal explicada e sem sentido com o antagonista do longa. Todo o plot dessa aventura é bem fraco e ainda nos faz questionar várias vezes as atitudes que ele toma, parecendo que a voz da razão só vem à tona no final.
Os personagens aqui são outro ponto que faz pouquíssimo sentido. Alguns deles estão até ok na trama, mas outros não tem necessidade nenhuma no enredo, só são jogados na história por acaso. Além disso, existe uma ameaça que move todo o enredo, algo que podia facilmente ser contornado até chegar na resolução. Porém, a cabeça de todos em volta parece ser bem pequena, porque não vêm uma solução simples para aquela situação, nem que esteja na frente deles.
Tirando isso, uma questão legal são as novas formas do Necrom e do Specter, que são bacanas mas não conseguem salvar o enredo fraco.
No final a única coisa que presta é a batalha decisiva do Makoto. Mesmo assim, ao meu ver, o filme é um grande desperdício. Se quiserem, assistam o combate final sem medo de ver o resto do filme e não vão perder nada.
Ghost e Decade para mim são os piores mesmo, nem adianta fazer mais filmes.