Barry Seal (Tom Cruise) trabalha como piloto comercial e leva uma vida boa, mas por que não aceitar um convite da CIA para deixar tudo ainda melhor? O negócio parece um tanto suspeito mas seu amigo garante que tudo está dentro da legalidade, desde que o que você fizer seja a favor dos mocinhos. Só que a coisa pode engrossar quando começam a investigar as entregas suspeitas que o protagonista anda fazendo…
Após o sucesso mundial de Narcos, temos uma nova história que promete ser, no mínimo, inquietante. Feito na América nos leva para um período entre as décadas de 70 e 80, no apogeu da cocaína, e nos deparamos novamente com Pablo Escobar e o Cartel de Medellín. Apesar de uma introdução lenta, a narrativa é boa, a história se sustenta e a direção é centralizada e competente.
Tom Cruise está de volta em um trabalho diferente dos que ele costuma fazer. Sem muitas explosões, pulos por cima de arranha-céus e incansáveis corridas arquejantes, a premissa do filme exige um pouco mais de entrega de seu personagem. De fato ele está muito confortável interpretando Barry.
Tom ainda tem o vício inegável de parecer um galã desejável hollywoodiano em todos os filmes que faz e, a meu ver, a preocupação de estar garboso em todas as cenas atrapalha sua desenvoltura como ator. Isso é notável em grande parte dos seus trabalhos, entretanto, a direção aqui é eficiente e eu arrisco a dizer que é sua melhor interpretação em anos.
Domhnall-Gleeson está sensacional, com um personagem inteligente e de poucas palavras, porém, com olhares e gestos intimistas. Tem um ar prepotente e cômico e sua desenvoltura é graciosa.
O longa traz uma fotografia linda e edição esmerada. As cenas de comédia e drama são medidas e encaixadas de maneiras assertivas, com trilha sonora agradável, que casa com cada sequência. O filme é intenso e ao mesmo tempo possui leveza, não cansa.
Feito na América não é nem de longe um dos preferidos do ano mas tem seu charme sem dúvida alguma. Uma excelente produção, realizada com minuciosidade e vale que o seu ingresso.