Alexandre Landucci
Pretensioso e brega, Confessions é um dos piores filmes do ano. Recheado de imagens que tentam emular poesia e com uma trilha sonora absurdamente infeliz, o filme de Tetsuya Nakashima é um enorme abacaxi. Mais incrível é que um país de cinematografia tão interessante como o Japão, indique essa bobagem para concorrer a uma vaga ao Oscar, fazendo crer que para o pessoal de lá esse filme é verdadeiramente bom.
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Nakashima é pretensioso desde a saída, mais isso só começa a incomodar de verdade quando as múltiplas histórias “confessionais” são misturadas.
Acompanhamos a história de Moriguchi, uma professora que no último dia de aula reúne seus alunos para um discurso final que revela ser muito mais importante do que o trivial: “tchau e boas férias”.
O primeiro ato, um falatório da professora e personagem principal Yuko Moriguchi, é até interessante, mais pelas idéias do que pela forma aborrecida e cansativa que o filme foi montado. Outra questão – e um incomodo pessoal de anos – é a falta de amor próprio e constatação de que os japoneses se enxergam como eternos sofredores. Invariavelmente muitos de seus personagens encaixam-se no binômio: gente revoltada e frustrada ou excessivamente alegre, reverente e abobalhada.
O mestre Ozu não seguia essa cartilha, assim como Kurosawa, Nishima, Mizoguchi entre outros. A idéia era mostrar a melancolia japonesa inserindo-a em contextos mais amplos e inteligentes, sem apelar para esse clichê de mangá.
O que vemos em Confessions são uma série de personagens idiotizados e prepotentes. A personagem principal Moriguchi é a única que vale a pena prestarmos atenção. Depois do falatório interminável – que deveria ter sido limitado a uns bons minutos a menos – ela revela que a morte de sua filha (conhecida dos personagens, mas não do público, revelando-se como uma surpresa) não fora acidental e que a culpa é de alunos da classe para qual ela vinha fazendo esse monólogo.
Na esquizofrenia que segue, Nakashima mistura filme de vingança pura e simples com “estudo” de personagem. Quer explicar os motivos para uma geração de japoneses serem tão recalcados e apresentarem tantos problemas emocionais, embalado em um contexto kitsch, trilha sonora americanizada (e que não faz o menor sentido) e uma edição que só atrapalha.
Tomemos como exemplo, o mais gritante deles: um determinado personagem chocado com uma revelação se transforma em um “quase bicho”, e no momento de sua confissão o filme mostra o cuidado de seus entes queridos para tentar entender suas atitudes radicais. Uma delas é limpa-lo enquanto dorme, para cuidar de sua saúde, possivelmente prejudicada pela atitude anti-higiênica. Quando o personagem percebe essa situação, surta e o filme transforma o surto em pastiche. Câmera que entra em zoom extremo, trilha engraçadinha, efeitos de fast foward. Um exagero só.
Triste é constatar que a idéia por trás dessa bobagem não é todo ruim. Uma vingança cruelmente orquestrada por uma mulher destroçada pela morte de sua filha. O problema é a forma obtusa que é conduzida. A idéia de vermos as confissões de cada um dos personagens mais importantes além de não funcionar, quebra o ritmo da narrativa. As histórias se misturam e isso não acontece de forma orgânica, outra falha da montagem e da direção.
Confessions é uma idéia batida, mas que funciona se bem realizada, que no caso de Nakashima foi submetida a uma estética exagerada e sem razão de existir. Na tentativa de criar poesia com imagem e misturá-las a história de perturbação de seus personagens, não conseguiu nem uma coisa nem outra.
De poesia não se encontra nada, e a possível perturbação dos personagens ficou diluída na bobagem visual apresentada.
Eu achei um bom filme, mas acho que deveriam continuar. Parece que só querem mostrar o lado ruim da vida e fazer pensar apenas nesse contexto. Nota 8.
Que crítica tão pateta, o Alexandre deve ser daqueles que está ansioso pelas próximas sequelas de “the avengers” ou “iron man”.
Este filme é magnífico, criativo e original em praticamente tudo. Que história fantástica e que modo tão singular de a contar. Infelizmente seria impossível, sobretudo nos nossos dias, uma obra destas, bem como muitas outras que tenho visto do cinema Asiático, ser feita em Hollywood.
Pior crítica cinematográfica que eu leio em anos. Falta interpretação e tato ao redator.
Me faltam palavras para descrever esta leitura tão chula, superficial e desprovida de inteligência.
O filme traz no enredo a releitura do romance homônimo que dispensa comentários. A direção traz grandes traços do cinema japonês dos anos dois mil que não deixa nada a desejar.
Ótimo filme, recomendo de olhos fechados.