Retratar o planeta daqui a 600 anos é sempre um exercício de imaginação. Alita: Anjo de Combate explora esse cenário desolado de pós-guerra, invasões alienígenas, diferenças significativas de classes econômicas em um mundo que humanos utilizam próteses mecânicas e dividem espaço com andróides bem no clima cyberpunk.
Robert Rodriguez (Sin City) assina a direção e o roteiro do longa ao lado de James Cameron (Titanic) e Laeta Kalogridis (Ilha do Medo). Alita é baseado num mangá da década de 90 de mesmo nome de Yukito Kishiro.
Poxa, nenhum japonês…
Assim como A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, nessa adaptação ocidental de uma obra japonesa não é possível ver nenhum ator oriental. Os envolvidos já afirmam que Kishiro criou um mundo que não se passa no Japão e, portanto, exime o longa de branqueamento.
Alita é interpretada por Rosa Salazar (Maze Runner) que passou por captura de imagens e movimentos assim como Andy Serkis (Senhor dos Anéis) para ser digitalmente construída no filme.
Como Alita é uma androide restaurada pelo personagem de Cristoph Waltz (Bastardos Inglórios) a decisão de incluí-la digitalmente faz sentindo na trama, mas não é menos estranha. Demorei uns bons cinco minutos de projeção para aceitar e acostumar com o visual entregue.
Além da ação
É ação do começo ao fim, mas a leitura dos personagens e suas ações vão além da porradaria. A história trata da solidão, de descobrimento do eu e de humanidade. É uma crítica à nossa sociedade atual e ao nosso futuro, mas com muita adrenalina.
Esse novo mundo apresentado, tudo que ele representa e as suas infinitas possibilidades deixa o público com um gostinho de quero mais e larga várias pontas soltas para serem amarradas em futuras sequências. Tudo vai depender agora da aprovação do público.
Trailer:
https://youtu.be/tfVgjW17U1E