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Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa [Crítica sem spoilers]

Pedro Mandella 5 anos ago 0 17

Ano novo, filmes novos! 2020 vem recheado de coisa boa no cinema e já abrimos a temporada com um girl power daqueles! Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (título em português) é no mínimo curioso e recheado de muitas informações para assimilarmos.

O sucessor do tão polêmico Esquadrão Suicida (2016), traz a ardilosa Arlequina (Margot Robbie), novamente com suas irreverências, cores e extravagâncias. Tudo dentro de um universo totalmente lúdico, como na cabeça dela. Após terminar o relacionamento com o Coringa, Arlequina se vê triste e desamparada e, sem o seu pudinzinho para defendê-la, descobre que está cercada de inimigos por toda a cidade.

Antes de entrar propriamente nos elementos do filme, é inevitável não destacar que a produção é feminista, desde a construção cinematográfica, até o roteiro, que engrandece o feminino fortemente. É uma produção quase toda realizada por mulheres e isso fica muito claro enquanto o assistimos.

Margot Robbie é a produtora e protagonista da trama e junto com Ella Jay Basco, Jurnee Smollett-Bell, Mary Elizabeth Winstead e Rosie Perez, formam um time poderoso dando voz a sororidade.

Cathy Yan está à frente de uma caprichosa direção, que conduz o filme para cenas extremamente divertidas e despretensiosas. O principal anseio do longa é divertir, acima de qualquer outro objetivo.

Com muitas cores, muito brilho, uma trilha sonora animada e direção de arte atraente, o filme nos leva a uma experiência totalmente diferente como telespectadores, se comparado às últimas obras da DC Comics.

Não é pretensioso como um filme de super-herói tenta muitas vezes ser e nem pedante em forçar personagens dentro de circunstâncias desconexas. É um filme gostoso de assistir, atraente pelo visual e extremamente extrovertido.

A narrativa é natural, as cenas de lutas são bem dirigidas (em alguns momentos é como um balé de tão sincronizado) e funciona.

Mesmo com algumas pontas soltas e alguns furos na totalidade da narrativa, você não questiona, porque entende que o intuito é muito mais visual e espirituoso, do que complexo. Nãoé para ser um condensado Batman vs Superman, é um filme da Arlequina!

O ato final é uma enxurrada de impossibilidades divertidas que arrancam boas gargalhadas, desde as armas que as Aves de Rapina escolhem para lutar, até o cenário da batalha principal, fantasioso e mirabolante.

É realmente uma surpresa positiva pela simplicidade em apenas ser um filme para relaxar e divertir, sem cobrar do telespectador uma visão de HQs e um entendimento geek cult, que muitas vezes, causam um pouco de desânimo em quem não se sente habituado com esse universo.

Eu gosto da simplicidade e elegância com as quais Aves de Rapina é feito, gosto da maneira como ele almeja alcançar o público. Eu o definiria como uma caixa gliterizada com pássaros coloridos em uma tarde de verão, cheirando a pólvora e tutti frutti.

Podem ir que é sucesso!

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Written By

Viciado em cinema desde criança, apaixonado por fotografia, café, arte, doces, frio e sextas feiras. Amante da literatura e do cinema francês.

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