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Um Lugar Silencioso [Crítica sem spoilers]

Pedro Mandella 7 anos ago 2 53

Em uma fazenda nos Estados Unidos, uma família é perseguida por uma entidade fantasmagórica assustadora. Para se protegerem, eles devem permanecer em silêncio absoluto a qualquer custo, pois o perigo é ativado pelo som, por mínimo que seja.

Estou em êxtase pelo prazer de escrever sobre este filme. Um lugar silencioso foi uma surpresa grandiosa, já que, para mim, as obras de terror hollywoodianas têm falhado grotescamente nos últimos tempos. A produção traz uma ambientação totalmente tensa e inquietante. A construção da esfera quieta é surpreendente.

O silêncio, obrigatório devido à atração das criaturas, é desconfortável e nos deixa aflitos durante todo o longa. O filme é quase todo esboçado, os personagens se comunicam por meio de linguagem de sinais, além de gestos e olhares.

O som é proibido, nenhum barulho pode ser feito. Nunca. Em hipótese alguma. O desespero de cada um deles é transmitido ao público de maneira vívida, sentimos medo enquanto assistimos e uma sensação de inquietude que, ao meu ver, é maravilhosa. Umas das grandes tensões é que, à princípio, as criaturas não são reveladas aos telespectadores, há um suspense sobre elas e, aos poucos, nos são apresentadas.

O roteiro é fantástico, bem construído, bem desenvolvido e acompanhado de uma trilha sonora esplendorosa e edição ótima. Você é absorvido pela trama e não percebe a quanto tempo está assistindo. Há um jogo de câmeras incrível para retratar as criaturas e a direção de arte é perfeita. A fazenda é absurdamente linda e conta com um milharal sinistro e fantasmagórico, tão assustador como o do filme Sinais (tenho pesadelos até hoje).

Há ainda uma relação conflituosa na família, causada por toda a falta de liberdade, o stress e os limites impostos por Lee (John Krasinski), chefe do clã que zela, acima de tudo, pela segurança de todos.

E por falar nele, Krasinski é a estrela deste filme. Ele atua, roteiriza e dirige toda a produção com muita competência. Emily Blunt é extraordinária e nada do que eu fale conseguirá expressar como sua personagem é grande, corajosa e absolutamente forte. O trabalho de expressão de todos os personagens é muitíssimo bem executados e, no geral, o filme é uma obra prima.

E aqui vai uma curiosidade: John e Emily são casados na vida real! É literalmente um trabalho em família.

Fica então a dica para o final de semana. Aliás, dica não, pedido! Não deixem de correr para o cinema mais próximo para assistir ao que promete ser o maior terror do ano.

Vocês não vão se arrepender, mas lembrem-se: silêncio é primordial.

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Written By

Viciado em cinema desde criança, apaixonado por fotografia, café, arte, doces, frio e sextas feiras. Amante da literatura e do cinema francês.

2 Comments

2 Comments

  1. Bruna Rungue disse:

    Vale lembrar que nos estados unidos não se chama Libras, e sim ASL. Libras é a linguagem brasileira de sinais.

  2. Patrine disse:

    Muito obrigada pelo comentário e pela informação, Bruna! Já corrigimos :*

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