O Passageiro [Crítica sem spoilers]

Eu tenho uma amiga, a Liz, que sempre usa a expressão “brasileiro médio” pra identificar aquele grupo de pessoas vivendo uma rotina, seguindo as normas impostas pela sociedade e com atitudes que todos aprovam, ou seja, os medianos chatos. É bem assim que somos apresentados a Michael MacCauley (Liam Neeson). Nem preciso falar que isso é a calmaria antes da tempestade, afinal de contas é um filme com o Liam Neeson.

Assassinato no Expresso Oriente feito da forma certa

Michael está em um trem que toma todos os dias pra ir e vir do trabalho, encontra com Joanna (Vera Farmiga), que faz uma proposta indecente. Ele precisa encontrar uma pessoa que não deveria estar naquele trem e marcá-la. A partir desse momento o filme desenrola em volta do protagonista tentando estudar tudo e todos.

O ponto positivo de O Passageiro é que ele dá para os espectadores várias pistas visuais dos suspeitos e os envolve na solução da trama. Basicamente o que o filme de Kenneth Branagh em 2017 não conseguiu fazer. Esse jogo, aliado a cenas emocionantes e tensas tornam essa ida ao cinema divertida para aqueles fãs de filmes de ação e conspiração.

Nem tudo são flores

Sem entregar nada do que acontece na trama eu senti que o roteiro força um pouco a barra pra incluir cenas de ação no confinado ambiente onde toda a narrativa acontece. Escolheram muitas vezes a solução mais fácil, como nos filmes do Vin Diesel, aquelas saídas que infelizmente te tiram da trama, quebram a sua suspensão da realidade e, para mim, não há crime mais grave do que este.

Quem curte a franquia Busca Implacável tem tudo pra curtir esse filme. Por mais filmes com o Liam Neeson gente, nunca te pedi nada!