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Jogador Nº 1 [Crítica sem spoilers]

Nickolas Xavier 7 anos ago 0 18

Jogador Nº 1 é baseado no livro de mesmo nome do autor Ernest Cline e apresenta um futuro distópico no qual nosso planeta sobrevive a duras penas e a população sobrevive com bem pouco. O protagonista Wade (Tye Sheridan de X-Men: Apocalypse) vive num bairro bem parecido com as favelas brasileiras.

Em sua exposição inicial Spielberg mostra que Wade e a maioria da população, em aceitável escapismo, passam maior parte do tempo numa plataforma de realidade virtual chamada Oasis, criada por um nerd excêntrico (tipo um Steve Jobs) que morre e deixa sua herança escondida dentro da plataforma.

Os usuários devem desvendar desafios para encontrar três chaves que darão direito ao prêmio final: ser detentor da plataforma, herdando toda sua fortuna, no melhor estilo Willy Wonka da Fantástica Fábrica de Chocolates.

A Quest

Dentro da Oasis, Wade, na forma de seu avatar Parzival, tenta achar as chaves com esperança de mudar de vida. Para isso, compete diretamente com outros jogadores: Art3mis (Olivia Cooke de Bates Motel) e Aech, que somente tem sua identidade revelada no avançar da narrativa.

Como uma quest de RPG o filme nos presenteia com aventuras do início ao fim, as cenas de ação são estonteantes e tudo que acontece dentro da plataforma tem um visual estilizado, característico aos games que estamos acostumados atualmente.

Verborragia de referências

Tanto na obra original como no filme, tudo é construído com base nas referências da cultura pop da década de 80. Música, cinema, livros e games são mencionados o tempo todo e tudo isso se justifica pela obsessão do criador da Oasis com a década. A população passa a consumir toda essa cultura pop novamente no ano de 2045 com o único objetivo de entender o desafio e conseguir conquistar o prêmio final.

O estúdio fez um belo trabalho em mencionar sem titubear dezenas de marcas e franquias. Aqui fica um aviso: é bem possível que você vá escutar comentários dos espectadores dentro de uma sala de cinema lotada, aqueles que reconhecerão as referências e sentirão a necessidade de informar a todos que conseguiram identificar. Se preparem!

Fiquei bem feliz que muita coisa foi lembrada nas referências textuais e visuais inclusive nosso adorado tokusatsu!

Adaptado na medida certa

O diálogo de Jogador Nº 1 não tenta ser ousado nem complexo, ao contrário, é bem simples. O filme foca no espetáculo visual e na enxurrada de nostalgia. Adaptado livremente, Spielberg conseguiu dar mais peso e complexidade aos personagens principais, incluindo Wade, retratado como um homem mais sensível e Art3mis como uma mulher decida e independente.

Meu Spielberg está vivo

Já fazia muito tempo que eu não via um filme do Spielberg como esse. Ele é um diretor fantástico e versátil mas, na minha opinião, esse estilo de filme é o que ele faz de melhor. O plot pode ser previsível, com diálogos rasos, mas é um sci-fi lindo e empolgante. Meu novo E.T. – O Extraterrestre.

Nem só de referências se faz Jogador Nº 1. Spielberg consegue criticar a obsessão do criador da Oasis, sua vida vazia, o papel das corporações na sociedade e nosso escapismo digital. Uma distopia fantástica que, mais uma vez, parece estar bem próxima de se concretizar.

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