Lady Bird: A hora de voar, conta a história de Christine “Lady Bird”, uma adolescente que sonha em sair de sua cidade natal, Sacramento, para fazer faculdade em outro lugar, longe de tudo.
Só isso? Sim. O belíssimo filme faz jus ao ditado que, às vezes, “menos é mais“. Com uma premissa simplista e até clichê, mas sem perder o ritmo, a trama nos leva pela jornada teen da protagonista vivida por Saoirse Ronan, que tem uma atuação convincente, passando pra o público os conflitos, dramas, medos e incertezas da adolescência.
O nome Lady Bird não é por acaso. Christine, assim como um pássaro, quer voar para a liberdade, já que se considera presa, principalmente porque sua mãe, vivida de forma excelente pela atriz Laurie Metcalf, se coloca à frente de uma possível mudança da garota e pede para que ela não vá para longe. E é justamente esse conflito entre mãe e filha que conduz grande parte da narrativa.
O maior trunfo do filme, no entanto, não é simplesmente mostrar a vida de uma adolescente e sim a maneira como retrata essa experiência na pele de Lady Bird de forma clara, egoísta, mas, acima de tudo, honesta.
O pai da personagem principal, interpretado com competência por Tracy Letts, é suporte e apoio para a garota no desenvolvimento da história, já que ela não tem a mesma ligação com a mãe. A melhor amiga Julie, vivida por Beanie Feldstein, se destaca pela doçura e encanta com sua simplicidade quando aparece em cena. Para mim, Feldstein é uma das melhores atuações do filme e pretendo acompanhar mais a carreira dessa atriz promissora.
Indicado à categoria de Melhor Filme no Oscar, Lady Bird: A hora de voar, merece a indicação pela estrutura e pela forma como a narrativa é conduzida, mas não acho que leva o prêmio.
O segundo filme da diretora Greta Gerwig é belo, poético e sincero e, mesmo não apresentando conceitos de super produções, já marca história no ano de 2017. Muito recomendado para adolescentes e também adultos que, afinal de contas, não passam de adolescentes “grandes”!