Dirigido por Jung Byung-Gil e dos mesmos produtores do excelente Invasão Zumbi (Train to Busan), o filme A Vilã é uma das melhores produções de ação lançadas em 2017. E olha que este ano tivemos John Wick 2, Atômica e outras ótimas obras do gênero.
Com um início alucinante, com direito a câmera em primeira pessoa (semelhante a jogos eletrônicos) com mais de dez minutos de duração, somos apresentados à protagonista, Sook-hee, uma jovem capaz de derrotar um exército apenas com socos, chutes e uma boa faca afiada. Após a prisão da personagem, nos é mostrada sua história de forma amarrada e coesa usando de flashbacks para contar o passado da protagonista. E, por falar em protagonista, a atriz Kim Ok-bin tem uma interpretação maravilhosa, com um olhar de identidade perdida que também é um dos pontos principais do filme, a busca do verdadeiro “eu”.
Com um roteiro bem estruturado, que faz com que o espectador não queira perder nenhum segundo sequer da projeção, o filme bebe de muitas fontes, entre elas Old boy, Lady Vingança, Fugindo do passado e Kill Bill, com destaque para uma cena específica que homenageia a obra de Tarantino. O filme ainda usa uma fotografia que contrapõe cenários muito coloridos com outros esverdeados e é notável que, durante a maioria das cenas de ação com a protagonista, está chovendo.
Sobre as cenas de ação, talvez seja clichê, mas não menos verdade, que, quanto mais vejo cenas de ação de filmes asiáticos, percebo o quanto as obras hollywoodianas são inferiores nesse quesito. Nesse caso, algumas sequências tornam difícil imaginar onde estava a câmera e como conseguiram captar cada movimento feito pelos atores e dublês.
A Vilã chega como uma maravilhosa surpresa e, após assisti-lo, entendo porque a Paris Filmes tomou a decisão de distribuir o filme no Ocidente. Assista e divirta-se! Não é todo dia que vemos um filme de ação tão bom.