Será esta a melhor adaptação do livro It: A Coisa? Já aviso de antemão que a resposta é sim. Andy Muschietti teve em suas mãos uma tarefa super difícil, adaptar uma das obras literárias mais amadas do gênero e que já havia ganhado uma adaptação icônica. Quando Hollywood quer, ela consegue. It A Coisa 2017 é um filme de terror que envolve seu espectador. Vêm comigo entender o que rolou, sem spoilers!
2017 É o ano
O que ajuda este filme a funcionar bem para os nossos tempos é o que alcançamos nos efeitos especiais e a construção da linguagem cinematográfica. Assistir hoje a versão de 1990 é perceber logo de cara como está datada e que alguns dos recursos quebram nossa conexão com a história. A versão de 2017 primou por usar poucas cenas de CG. Investiram pesado na coreografia de Pennywise e utilizaram recursos gráficos apenas nas cenas humanamente impossíveis e nas transições.
O melhor Pennywise
Tim Curry fez um belo trabalho de atuação em 1990 no papel que assombrou, durante anos, muitos de nós. A releitura de Pennywise na versão de 2017 não descarta a sua antecedente, mas aprimora e atualiza. No texto original, Pennywise é descrito como uma mistura de Bozo, Ronald McDonald e Clarabell (palhaço de um programa de TV infantil da gringa). Convenhamos que essa aparência é meio caída, né?!
Por isso, o diretor escolheu o ator sueco Bill Skarsgård que tem uma carinha angelical/demoníaca (se isso for possível e é). A referência é o Gerber Baby (bebê de uma marca gringa, nossa comparação mais próxima seria o bebê Johnson) cara inocente, com olhos grandes e cativantes que escondem algo de muito errado. Skarsgård, que é ator e já foi modelo ,fica irreconhecível depois da caracterização como Pennywise. Além disso, a atuação é sensacional. Ele passou grande parte do tempo do longa sem pisar no set de gravação, apenas coreografando o personagem para entregar um IT mais crível e com menos CG.
Goonies, Stranger Things, ET e a loucura da década de 80
Quem não curte a temática já pode desistir de assistir a IT A Coisa nos cinemas brasileiros. O filme, em sua adaptação, conta a história do grupo de crianças em 1989, mas que no original se passava em 1958. Todo o oba oba daquela década neon está presente nos figurinos, trilha, ambientação e até na fotografia. Dizem as más línguas que os criadores de Stranger Things queriam assumir a adaptação de IT, mas foram dispensados por ainda não terem uma carreira sólida. Depois da recusa, produziram a série de sucesso do Netflix.
Se juntas já causa, imagina juntas
Não acertaram apenas com Pennywise, o resto do elenco é sensacional. As crianças do filme atuam super bem e realmente te fazem acreditar em cada um dos personagens, seus medos e desejos. A camaradagem entre eles é palpável, você não perde a conexão com a história e não pensa nem por um segundo que aquilo é atuação. Quem assistiu Stranger Things reconhecerá na telona Finn Wolfhard (o Mike da série).
27 anos e muitos Easter Eggs
Não é segredo pra ninguém que de 27 em 27 anos o palhacinho aparece em Derby pra aprontar altas confusões. O mais interessante é que essa data está bem presente no longa distribuído pela Warner Bros. Fazem exatamente 27 anos que a primeira adaptação foi lançada (1990 – 2017) e o sueco Bill Skarsgård completou, neste ano, seus 27 aninhos. Além dessas “coincidências” os leitores da obra original vão se deliciar com vários Easter Eggs escondidos pela projeção, reparem por exemplo na Tartaruga de Lego =)
É complicado adaptar um livro de 1100 páginas em apenas um filme. Apesar de ainda não confirmado é muito provável que acontecerá a continuação de IT no futuro próximo, esta foi apenas a primeira parte. Muitos sustos, atuações convincentes, trilha sonora deliciosa e humor na medida certa. IT A Coisa estreia nos cinemas brasileiros no dia 7 de setembro e aposto que Stephen King vai aumentar a base de fãs e alimentar ainda mais o nosso terror por palhaços.