Apaixonada pela coleção desde quando comecei a ler, o primeiro ponto a colocar sobre o primeiro filme A Torre Negra é que ele é uma adaptação da obra de Stephen King, composta por oito volumes e, por isso, não é completamente fiel aos livros. Portanto, um segundo ponto é não se prender totalmente ao que leu, levando em conta que são mídias diferentes.
Uma parte bem interessante, que é muito fiel ao livro e me fez até prender a respiração, é a forma como Roland recarrega e manuseia seus revólveres. Preciso e ágil, como se fosse parte do corpo do personagem, se você piscar por um segundo, não consegue ver. Aparentemente teremos apenas Jake Chambers e Roland Deschain como heróis da história e, caso você tenha lido alguns livros, sabe que temos mais dois heróis presentes: Susannah Dean e Eddie Dean que parecem não fazer falta neste primeiro filme. Conseguiram suprir a presença desses personagens fazendo com que algumas partes da história aconteçam de outra forma e isso não atrapalha, fica ótimo para quem não conhece a narrativa original.
Quem, assim como eu, não leu todos os livros, pode ser surpreendido por alguns spoilers. Não tenho ideia se há alguma revelação, pois não imagino o rumo da história. Atualmente estou lendo a 5ª parte, Lobos de Calla, e a cada livro uma surpresa diferente.
A escolha dos atores foi quase perfeita, pecou apenas na escolha de Tom Taylor, que interpreta Jake Chambers. Ele é pouco carismático e de poucas expressões, o que é completamente compensado pela presença de Idris Elba interpretando Roland Deschain, o Pistoleiro, com sua feição de poucos amigos e Matthew McConaughey, que está no papel de Walter O’Dim, o Homem de Preto, mostrando toda a frieza e arrogância do feiticeiro. Atuações impecáveis destes dois grandes nomes do cinema que já fizeram parte de grandes sucessos de bilheteria.
Algumas cenas de ação deixam muito a desejar, são escuras demais e não dá pra entender muito bem o que acontece. Mas, o que algumas têm de confusão, outras são exatamente o contrário, te prendem, fazem sentir a adrenalina do momento e acompanhar sem nem piscar os olhos. Por ter muitos elementos que destoam entre si como o Velho Oeste e máquinas futurísticas, a produção exige muito dos efeitos especiais, que não deixam a desejar nem parecem artificiais.
A trilha sonora é muito bem escolhida para cada um dos momentos, aumenta os sentidos e a emoção do espectador, casando perfeitamente com a ação e o drama. É tão intensa e envolvente que me emocionou em várias cenas.
A Torre Negra é um ótimo blockbuster, com uma história envolvente do início ao fim. Tem um bom ritmo, não cansa o espectador, muito bem cadenciado com princípio, meio e fim. Sim, um fim que fecha muito bem a história, mas deixa espaço para uma possível continuação.