Hironobu Kageyama

Quando falamos em Hironobu Kageyama, qual a primeira música que te vem a cabeça? [Envie a resposta nos comentários!]

A que eu penso é a Cha la e Cha la do Dragon Ball Z. Mas, nem sempre ele foi conhecido por cantar temas de tokusatsus e animes. Kageyama nasceu em Osaka, Japão, em 18 de fevereiro de 1961 e desde cedo já apresentava aptidão para líder. Começou sua carreira aos 16 anos com o grupo LAZY, que hoje podemos até achar brega, mas como todo mundo tem que partir de algum lugar, essa é a origem do cantor e, na verdade, eu acho bem divertida.

A banda seguia um estilo light de rock, influenciada pelos Beatles e Deep Purple. O grande sucesso do LAZY foi “Hey! I Love You” e, aos poucos, o grupo acabou mudando o estilo. No fim da década de 70, eles apresentavam tendências Heavy Metal e Hard Core. Quando essa mudança ficou completamente evidente, algumas divergências começaram a ocorrer entre os membros, ocasionando o fim da banda em 1981. Triste notícias para os fãs da LAZY, mas não tão ruim para quem gosta do Kageyama.

Na carreira solo, o cantor começou a interpretar músicas de tokusatsu, anime e games. O recorde de vendas da música “Suki Suki Suki” lhe rendeu o prêmio Gold Single Disc (Single de Ouro) da Associação Japonesa de Gravações Musicais (Nippon Record Kyoukai) em 1994. No mesmo ano, ele gravou um álbum com músicas tema de seu time de futebol.

Logo viria o divisor de águas. O álbum “Hironobu Kageyama Power Live’95 Cyvox” trouxe uma coletânea das melhores músicas lançadas pelo ídolo em versões ao vivo. Nessa mesma época, ele gravou a primeira música com Ichiro Mizuki, muito conhecido no meio anime.

Em 1997 foi lançada outra coletânea: “Hironobu Kageyama 20th Anniversary Eternity”, considerada a maior e melhor obra do cantor. O box, com cinco CDs, trazia gravações autorais e performances de músicas de anime e tokusatsu de seus 20 anos de carreira até então. Os fãs foram à loucura e ele recebeu convites para trabalhar em vários games, cantando músicas para jogos como “Dragon Ball Final Bout”, “Super Robot Taisen” e “Psychic Force”.

Em setembro do mesmo ano, Kageyama se juntou a Masaaki Endoh, um de seus backing vocals, formando a dupla Koutetsu Kyoudai (Irmãos de Metal), com o objetivo de regravar músicas de animes antigos no estilo Metal. O projeto teve ótima repercussão, rendendo aos dois até um próprio mangá.

Com a carreira já bastante consolidada, Kageyama ainda viria a surpreender os fãs no final da década de 90. O grupo LAZY retornava à ativa após 17 anos. O trabalho para marcar a volta seria uma música de anime chamada “Ultra High”, o segundo encerramento de Ultraman Dyna. Ainda assim, o cantor não deixou sua carreira solo, nem a parceria com Endoh, participando inclusive de mega-shows famosos no Japão como o Super Robot Spirits e o Super Hero Spirits.

Nos anos seguintes, aconteceu a migração de bandas J-Pop para animes e live-actions patrocinadas por grandes gravadoras que buscavam o espaço para aumentarem a visualização dessas bandas na mídia. O problema era que as músicas não tinham muito a ver com os temas das séries. Kageyama então decidiu criar a lendária JAM Project (Japan Animationsongs Makers Project), que reúne os maiores cantores de músicas de anime de todos os tempos. A formação original contava com Ichirou Mizuki (o rei das animesongs), Eizo Sakamoto (considerado o maior cantor de Metal do Japão na época), Rica Matsumoto (intérprete de músicas de Pokémon), Masaaki Endoh (famoso no meio de animes) e Hironobu Kageyama, é claro, como líder.

O sucesso foi alcançado rapidamente. “Soultaker”, “Crush Gear Fight”, “Hagane no Messiah” e “Kaze ni Nare” são alguns dos destaques do início de carreira da banda.

Em 2002 nasce também o Trio Mangá, composto por Kageyama, Masaaki e Hiroshi Kitadani (intérprete de “We Are” de One Piece), fazendo tours por todo o mundo com os grandes sucessos de tokusatsu, anime e games.

Em 2003, Kageyama esteve no Brasil pela primeira vez, se apresentando juntamente com Akira Kushida no primeiro Super Friends Spirits, show que acontece anualmente dentro do evento Anime Friends, em São Paulo. Ele então passou a se apresentar no país quase que anualmente. Dois anos depois, o ídolo fez uma participação em “GARO – Kiba Ookami”, dublando o personagem Zaruba. A JAM Project também gravou duas músicas para a mesma série.

Os shows no Brasil foram determinantes para que o ídolo decidisse fazer a primeira turnê mundial da JAM Project. Ele chega a citar o Brasil no DVD “World Flyght – No Border”. Tanto carinho rendeu o maior público da JAM fora do Japão em todas as apresentações durante a turnê.

Atualmente, Kageyama continua fazendo shows com o Trio Mangá e com a JAM Project. A formação atual da JAM tem Masaaki Endoh, Hiroshi Kitadani, Masami Okui (Yu-Gi-Oh, Slayers), Yoshiki Fukuyama (Macross Seven) e nosso glorioso Ricardo Cruz (brasileiro que interpreta várias versões brasileiras de músicas de animes e tokusatsu). Kageyama também apresenta o “Anipara Ongakukan” junto com Endoh, um programa de TV que mostra performances ao vivo de músicas das séries japonesas tanto animadas quanto live-actions, muito bom.

Ao longo da carreira, Hironobu Kageyama gravou mais de 800 músicas de anime. O número, mais do que relevante, lhe rendeu o título de Príncipe das Animesongs. Ele compõe a maioria das músicas da JAM Project.

Já cinquentão, o cantor continua com a mesma energia em todas as apresentações que faz. Sempre simpático e pronto a interagir com o público, conquista plateias por onde passa. Seus shows são emocionantes, causando os mais variados sentimentos de nostalgia nos fãs enquanto canta os grandes temas de animes e tokusatsu de todos os tempos. Pessoalmente, tenho apenas uma palavra para resumir um show de Kageyama: inesquecível.

Agora vai mais uma pergunta. Qual a música mais emocionante interpretada pelo Kageyama? Na minha opinião são três: Blue Dream, Soldier Dream e Kokoro wa Tamago.

Enquanto vocês pensam e respondem, confiram alguns covers do nosso querido Kageyama.