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Com amor, Simon [Crítica sem spoilers]

Nickolas Xavier 6 anos ago 0 17

É bem difícil pra mim escrever sobre esse filme sem entregar a história. Ao mesmo tempo, acho interessante que o espectador tenha a mesma experiência de descobrir tudo quando estiver na sala de cinema. Vou começar contando a sinopse resumida só pra estarmos na mesma página.

Simon, interpretado por Nick Robinson (Jurassic World), é um adolescente suburbano que tem uma vida bem normal, pelo que ele mesmo descreve no monólogo inicial do filme, mas carrega consigo um grande segredo: ele é gay.

Ele tem pais liberais, carinhosos e atenciosos, um grupo de amigos de infância que o acompanham até o ensino médio. Ambiente propício para se sentir seguro e assumir de uma só vez quem ele realmente é. Mas, cada piada, comentário preconceituoso e assédio aos gays presenciado por ele o deixam ainda mais inseguro para tomar essa decisão.

Um Teen Movie como você nunca viu antes 

Claramente um exagero da minha parte. Com Amor, Simon foi dirigido pelo talentoso Greg Berlanti (Everwood, Brothers and Sisters, Arrow) que sabe bem como falar com o público adolescente e fez um ótimo trabalho neste filme sem parecer que um tiozão está tentando pagar de descolado com a galera jovem.

A questão é ver um blockbuster, mesmo que para o público adolescente, contar essa jornada de um adolescente gay, suas dificuldades e particularidades de forma tão leve, bonita e às vezes engraçada. Um belo trabalho de produção, direção, casting e, claro, adaptação de roteiro – o filme é baseado no romance Simon Vs. a Agenda Homo Sapiens da autora Becky Albertalli.

No geral foi tão bem adaptado que vou relevar a inclusão de clichês de filmes do gênero como o baile da escola e o grande discurso durante o campeonato de futebol americano.

Simon não está sozinho

Nick Robinson não carrega o filme sozinho, seus pais são interpretados por Jennifer Garner (Alias, De Repente 30) e Josh Duhamel (Transformers) e seus amigos mais próximos são carinhas já conhecidas pelo público adolescente: Katherine Langford (13 Reasons Why), Alexandra Shipp (X-Men Apocalypse), Logan Miller (Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi), Keiynan Lonsdale (The Flash), Jorge Lendeborg Jr. (Spider-Man De Volta ao Lar).

Uma oportunidade para sair do armário (foi o que também fiz)

Sempre acreditei no poder transformador da arte, especialmente do cinema, em minha vida. Após assistir a cabine de imprensa desse filme eu tive a certeza que esse era também o meu momento de sair do armário para meus pais. Não sou bem como o Simon, ninguém tinha dúvida da minha sexualidade, mas achei que era hora de deixar tudo bem claro, principalmente para aquelas pessoas que gosto.

Fiquei bem tocado pela mensagem, representatividade e leveza desse filme. Falei com meus pais, eles escutaram e, mais importante que a reação que eles tiveram (a parte mais temida pelos gays), é que agora aceito essa verdade como sendo minha. Acho que viver na verdade é muito maior do que a opinião do outro. Viver, na verdade, é ser feliz e, agora sim, eu sou feliz!

Tenho certeza que esse filme será ferramenta e inspiração para muitas pessoas, sendo elas adolescentes ou não. Que o cinema continue sendo plataforma de diálogo, tolerância, representatividade. Agradeço publicamente o filme Com Amor, Simon e  a Fox Film do Brasil por ter sido a ponte e inspiração para esse humilde crítico que vos fala viver na verdade.

É preciso ter sensibilidade para contar e distribuir essa história. Realmente muito bom estar aqui do lado de fora agora.

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