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The Host (O Hospedeiro) – Crítica

Mozart 13 anos ago 5 2

Alexandre Landucci

Joon-ho Bong é a mente por trás dessa história que não é um simples filme de monstro que invade uma cidade e destrói tudo a sua volta. Hospedeiro é uma história que brinca com gêneros e vai do drama de família, passa pelo suspense, denúncia política e ainda tem (é claro) gore, tripas, monstro gigante e bom humor.

E como tudo isso funciona?

Esse, meus amigos, é o milagre que o santo (Bong) não conta. É muito difícil conseguir misturar elementos e até mesmo gêneros cinematográficos com precisão. Na grande maioria das vezes em que essa tentativa é feita, os resultados são pavorosos. É preciso saber muito bem que teclas tocar em cada ato, onde cada personagem pode funcionar melhor e como as características tão diferentes apresentadas podem vir a funcionar.

Não existe uma receita, e se pudesse (quem sou eu pra isso, mas vá lá) dar um conselho a quem pretende seguir essa carreira de cineasta seria: não tente fazer isso. Os riscos são imensos e a possibilidade de cometer um aborto cinematográfico (do próprio e da sua carreira) é enorme.

Por isso, quando surge uma pérola como esse filme coreano, ou como tantos outros bons filmes que misturam gêneros como: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Fonte da Vida, Sede de Sangue, Deixe Ela Entrar entre muitos outros, num período em que o cinema em grande parte de suas produções não prima pela originalidade é de se aplaudir.

Hospedeiro começa de maneira simples: temos um laboratório, uma experiência tóxica, o clichê do “jogue esse treco no rio” e a óbvia conclusão de que isso gerara um monstro, um mutante ou algo do tipo.

E quando o espectador já começa a pensar “gastei meu dinheiro à toa”, ou “onde será que está o controle remoto”, Bong insere os personagens. Uma família numerosa que trabalha num quiosque de comida formada por um idoso, um filho adulto que não cresceu, sua neta, uma garota esperta e inteligente, a garota campeã de tiro com arco e um desempregado.

O óbvio acontece: o monstro surge e num momento King Kong leva a garota mais nova que é dada como exterminada. Segue a luta dessa família para desesperadamente encontrar a menina (que acreditam estar viva) enfrentando não somente uma caçada a um monstro bizarro mas, principalmente, a intransigência do governo de seu país, que vindo de uma ditadura militar mostra-se desesperado e incapaz de mostrar soluções e apresentar veracidade em seus discursos. São detalhes assim que fazem de Hospedeiro um filme diferente, a sua fascinante mistura de gêneros que combinam de forma crível um monstro gigante com uma família em fuga.

Porém Hospedeiro também tem uma quantidade generosa de cenas de ação excelentes, com qualidade de efeitos visuais bastante elevada. O monstro que mistura criaturas marinhas com a imaginação de Guillermo Del Toro depois de tomar LSD é bizarra e muito funcional. Assustadora mas ainda sim crível graças à forma com que Bong filma estas seqüências. Câmera na mão, muita confusão, barulho, gente correndo e – fugindo do mais comum num filme assim – mostrando sem medo seu “bichinho”. Bong não segue a escola Spielberg/Scott de “deixe pra mostrar o monstro no final”. Bong, parece confiar no seu taco e na competência (óbvia) dos hobbits da Weta, responsáveis pelos efeitos do monstro.

O conjunto de atores é muito coeso, embora ninguém se destaque em especial. Muitos reclamam do exagero de Kang-ho Song que vive o “herói” do filme Park-Gang Du. Discordo, acho que sua atuação exagerada, beirando o “over-acted” é perfeita para o que seu personagem é: um quarentão falido, bêbado e infantil. Difícil cobrar temperança e sobriedade (no sentido emocional) de um cara assim.

Hospedeiro é um filme Cult por excelência. E que merece uma olhada mais atenta.

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Vulgo Mozart Gomes é o Fundador , administrador e idealizador do Senpuu. Designer Gráfico, Mozenjaa é o responsável por todas as mudanças no layout do Senpuu, tanto as boas quanto as ruins. Fã de tokusatsu desde a era manchete, resolveu consumir diariamente todo o seu amor pelo tokusatsu, criando o Senpuu.

5 Comments

5 Comments

  1. Irwing disse:

    gostei da crítica, e em relação do filme eu ainda ñ vi, mas as cenas que eu vi foram ótimas, nota 10 pra crítica e pro filme.

  2. Eduardo disse:

    Nossa.. esse filme é ruim demais… não tem nexo nenhum. Tá sei que que é um filme de mostro, ou seja, já nasceu sem nexo, mas esse é um dos piores.

  3. Wagner Lanes disse:

    Dizer que esse filme é algo próximo do “regular” já é um tanto quanto exagerado, agora compará-lo com “O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” é totalmente absurdo!!!

    O Hospedeiro é um filme muito abaixo do que se considera Cult ou Trash. É uma afronta ao cinema, com uma história pouco inteligente, enredo batido e um cast de dar medo até ao Romero eu digo e repito, uma grandiosa porcaria que não deveria ser vista por ninguém! E olha que é um longa metragem realmente muito longo. NÃO RECOMENDADO!

  4. ramona disse:

    eu acho que o filme tentou passar uma certa cobrança para que as pessoas pensem bem no que elas estão transformando o mundo já que o mostro é formado por resíduos hospitalares. Achei o filme diferente, se ele fosse um pouco mais curto e com mais suspense poderia ser ate legal

  5. It’s exhausting to search out educated folks on this subject, however you sound like you recognize what you’re speaking about! Thanks

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