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Death Note 2 The Last Name – Crítica

Mozart 13 anos ago 3 3

Alexandre Landucci

Surgindo no exato momento em que o primeiro termina, Death Note 2 cobre – seguindo a sequencia do mangá original – a parte final da história de Raito e L, uma disputa cada vez mais visceral entre dois homens geniais de lados opostos numa batalha mental.

Por não precisar apresentar seus personagens, contextualizá-los ou mesmo inserir explicações sobre as motivações dos mesmos, o filme parte direto para “os finalmente”, jogando o espectador no meio da ação, seguindo ao pé da letra a cartilha da seqüência “ideal”, mas por mais que tente – e o filme realmente se esforça para criar tensão – a canastrice dos atores e a direção preguiçosa não ajudam o suspense que o projeto – nos mangás e animes – tem potencial para ter.

Nesse segundo temos o surgimento de Misa Amane (Erika Toda), que nos mangás e anime é uma ninfeta gritalhona e doente de amor por Kira/Raito. No filme, essa afetação é diminuída, e a personagem surge menos caricata – além de lhe faltar a “loirisse” – o que, na modesta opinião desse que escreve, não modifica a essência da personagem. Erika é a melhor coisa do filme e consegue misturar com grande competência a “meiguice” de Misa dos mangás com o realismo que é necessário na adaptação.

Ainda sobre Misa, interessante – para vocês não falarem que só critiquei negativamente – a forma com que a história do surgimento de seu Death Note aparece no filme. Honestamente, não me recordo da origem nos mangás (leitores ajudem) mas no filme, apesar de não ser original, funciona muitíssimo bem.

Os interpretes de Kira (Tatsuya Fugiwara) e L (Kenichi Matsuyama) continuam muito frágeis. Tatsuya até tenta se esforçar mas seus sorrisos de canto de boca e sua falta de capacidade para interpretar uma mísera cena dramática demonstrando alguma coisa, irrita demais. Kenichi, que tinha um trabalho de construção física complicado já no primeiro filme, aqui tem seu trabalho dobrado, mas não consegue equilibrar isso com uma interpretação segura. Vemos alguns espasmos de talento, mas tudo muito contido e prejudicado por seu “partner” na grande maioria das cenas (o já citado Tatsuya).

Assim como no primeiro filme, Death Note 2 também toma algumas liberdades com a história original, incluindo cenas e alterando outras para que fossem cinematograficamente funcionais – segundo o pensamento de seu diretor, Shusuke Kaneko. Uma delas é a aparição de um terceiro Kira (que não se preocupem não vou contar) bastante diferente do que é mostrado nos mangás. Uma pena que toda a trama bem construída da história original – apesar das mais de duas horas de filme – pareça corrida e confusa. O arco final também é bastante diferente do material de origem, o que pareceu ser uma solução razoável, mas que impede que os “não iniciados” conheçam a vastidão do original (que garanto a vocês, é muito mais intrincado).

Outra bobagem é a forma como esse terceiro Kira é mostrado, culminando na péssima (SPOILER ALERT) cena em que a personagem descobre os grampos em sua casa. Todos enormes, visíveis e facilmente perceptíveis. Uma falha grotesca da produção e do diretor. (FIM DO SPOILER)

Outro defeito, esse bastante grave, é a longuíssima duração do filme. São mais de duas horas e quinze minutos que poderia ser melhor aproveitadas, ou encurtadas, mesmo porque tivemos diversas mudanças em relação ao mangá, o que poderia causar uma óbvia diminuição no tempo do filme.

Os efeitos visuais do Shinigami – agora dois – continuam fracos e ainda parecem extraídos de algum jogo de PS2 antigo. Falta textura, mobilidade e credibilidade a essas criaturas.

Death Note 2, tenta ser um capítulo de encerramento descente, mas como seu antecessor é corrido e se atropela com suas – muitas – informações e sua tentativa de ser sério, ao mesmo tempo em que fala de um tema ligeiro e divertido. Talvez se ousasse ser um simples thriller, um duelo entre as duas mentes privilegiadas e não perdesse tanto tempo copiando o que o leitor do Senpuu pode conferir no mangá e no anime, fosse uma experiência bem mais satisfatória.

Caso o leitor não tiver nenhum contato com as outras formas em que Death Note foi apresentado, a “saga” no cinema pode parecer melhor. Mas se você leu os mangás ou viu o anime a chance de que ache Death Note em live action seja apenas uma notinha de rodapé na história da franquia é enorme.

Obs: alguém contou quantas sobremesas diferentes L comeu durante o filme?

Obs 2: interessante a forma com que o pseudônimo Kira foi abordado na parte final do filme.


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Vulgo Mozart Gomes é o Fundador , administrador e idealizador do Senpuu. Designer Gráfico, Mozenjaa é o responsável por todas as mudanças no layout do Senpuu, tanto as boas quanto as ruins. Fã de tokusatsu desde a era manchete, resolveu consumir diariamente todo o seu amor pelo tokusatsu, criando o Senpuu.

3 Comments

3 Comments

  1. Ed disse:

    “Uhul, agora só falta o 3º filme pro Landucci descer a lenha!!!Bom me mantendo ao filme, eu achei o filme aceitavel, pois quando assisti ele, ja tinha ‘devorado” os mangas e assistindo ao anime na integra, e pra mim a liberdade que o filmne tomou em relação as outras midias, resultou num final melhor, afinal no filme o L não é morto pelo Kira( ele comete suicidio, como todo bom japonês….)enfim achei um filme interessante, mais nem de longe bom como sua fonte de origem, eu perdi quatos quitutes adocicados o L comeu, ja que no terceiro filme ele mostra que se não fosse o Death note, ele provavelmente morreria por alguma complicação causada por diabetes…alem do que o terceirofilme toma a “senhora liberdade” com relação ao original…….mais agora que o Landucci tem ja o conhecimento necessario sobre o Death note, queria saber como seria sua critica em relação a adaptação teatral que viaja o Brasil…eu assisti, e posso dizer que, incorporar citações e referencias, como “meu deus ele que matou o maluf” ou até mesmo “vamos chamar o jack bauer” ou transformar o Ryuk num mico de circo…é liberdade de mais não?Sera que eles ao menos assistiram os filmes?E pra fechar, ja que me excedi, creio que o terciro filme da trilogia deveria ter um tema composto por Monty Norman e o L sacar um PP9 e atirar contra a tela……

  2. Alexandre disse:

    Ed, não consegui ver a peça, mas pelo que vc comentou deve ter sido uma bela porcaria em termos de fidelidade ao material onde original. Eu até entendi o final mudado do segundo, mas acho que ele perderam uma grande oportunidade de inserir o terceiro Kira original (muito mais legal do que a insossa do filme) e de apresentarem os dois irmãos que assumem o caso Kira que para mim – quando li no original – era uma das maiores sacadas da história. Para mim, o ideal era ver Death Note em live-action assim como o anime, uma série.

    Assim poderiamos ver em carne e osso todas as variações do roteiro e toda a batalha mental entre L e Raito.

  3. Helen disse:

    (contem spoiler) olha faltou muita coisa nos filmes eles deviam ter feito mais de 2 filmes e o 3 é muito fora do contesto pq o L morre no fim do 2! para transformar 36 ep. e 3 ovas em filmes é dificil mas deveriam ter pego mais detalhes tipo: o bigode do pai do Raito ,o cabelo loiro da missa e a cor dos olhos de shinigami q sao vermelhos nao amarelos.e continuar com a origem certa do final de tudo,o terceiro shinigami,a morte do L e a continuaçao por M e N e o suicidio da missa depois da morte do Kira!!

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