Os animes e seus diretores

Fala, trupe!

Voltando para casa Senpuu depois de umas pequenas férias, que este ano seja infinitamente melhor que 2013 e que muitos animes que estamos ansiosos pra ver estreiem e que a série Saint Seiya Omega seja cancelada, rs (brincadeirinha). Gostaria de agradecer a todos que prestigiam e confiam no trabalho deste humilde servo que vem fazendo parte do melhor site de tokusatsu do Brasil desde abril do ano passado e que venham muitos e muitos anos ao lado dessa equipe que amo conviver e trabalhar!

Passando para o assunto do post, quando pensamos em diretores de anime, logo vem na cabeça Hayao Miyazaki (A Viagem de Chihiro, Princesa Mononoke, Vidas ao Vento), Mamoro Oshi (Akira), Hideaki Anno (Evangelion). Mas e quanto aos diretores de séries de animes? Hoje irei falar dos mestres que dão vida aos nossos queridos personagens de mangá, sim, aqueles que retratam em anime várias obras que começaram nas páginas das revistas japonesas.

No querido país do sol nascente é quase “lei” um mangá de sucesso ou relativo êxito se tornar uma animação. Para isso, há um longo processo que envolve produtores, estúdios, marketing, desenhistas (do anime) e, claro, diretores que irão transformar as histórias que você adora folhear em animações para as telas.

Voltando a muitos anos atrás, quando o mestre dos mestres Ozamu Tezuka desenhava seus mangás de sucesso, as publicações virariam animes e muitos deles ganhando mais destaque após as animações. Uma das maiores obras de Tezuka, Kimba o Leão Branco, que foi descaradamente plageado pela Disney, foi animada pelo diretor Eiichi Yamamoto que trabalhou também em outra obra de Tezuka: Astro Boy, anime de enorme repercussão positiva tanto no Japão quanto no Brasil. Yamamoto retratou fielmente e conseguiu ainda fazer com que essas produções ficassem mais interessantes sob essa nova ótica.

Um pouco mais à frente ,falando de um série super famosa, se não a mais famosa série japonesa do mundo, temos Dragon Ball. Esse mangá, criado em 1984 pelo mestre Akira Toryama, foi animado pelo estúdio Bird e dirigido por Daisuke Nishio e Minoru Okazaki. Okazaki também dirigiu D.R Slump (outra obra de Toryama) e Dragon Ball GT, enquanto Nishio ficou responsável pelo excelente 3×3 Eyes, Interstella 5555 e mais uma série baseada no game Halo.

Em Dragon Ball, fizeram um excelente trabalho tanto na animação como na direção dos personagens. Vale lembrar que os personagens Goku, Gohan e Gothen são dublados pela mesma pessoa, a nossa querida Masako Nozawa. E se hoje o Dragon Ball é reconhecido internacionalmente deve-se ao anime e também pela excelente adaptação dos diretores.

Um outro anime a ser citado e que tenho certeza que 99% das pessoas que estiverem lendo esse texto irão gostar é Cavaleiros do Zodíaco, criado por Mazami Kurumada, que até hoje escreve a história dos defensores de Athena. A obra foi adaptada pela Toei Animation e a tarefa de dirigir ficou com Kozo Morishita e Kazuhito Kikuchi.

Quando lembramos do anime , lógico que vem na cabeça as diferenças em relação ao mangá. Por exemplo, a “famosa” parte na qual Shun se deita sobre Hyoga para poder aquecê-lo com seu cosmo, não existe na publicação impressa, foi acrescentada pelo diretor e claro que às vezes eles vão muito além. Outro exemplo é a direção de uma saga inexistente no mangá, a saga de Asgard. Kozo Morishita chegou a trabalhar em Transformes e Kazuhito Kikuchi e episódios também de Dragon Ball, além da série Slayer, que foi exibida pela rede Bandeirantes.

Um detalhe importante é que, na maior parte da vezes, o anime sofre alterações para se encaixar melhor na telinha. As produtoras muitas vezes impõe algo a ser acrescentado ou retirado e não é culpa do diretor. Shigeyasu Yamauchi dirigiu também Cavaleiros do Zodíaco, foi responsável pela maravilhosa saga de Hades em anime, os treze primeiros episódios. Satisfeitos com o trabalho dele, a Toei pediu para que dirigisse o longa Prólogo do Céu, último filme lançado dos defensores de Athena. Porém, essa produção não teve uma boa aceitação por parte dos fãs e o próprio Kurumada disse que ficou insatisfeito com resultado final, o que culminou na demissão de Yamauchi.

Há casos em que os próprios mangakas dirigem seus trabalhos, como Akira Toryama fez com seu último filme de Dragon Ball e Masamune Shirow com algumas de suas obras. Ao assistirmos os animes, geralmente o associamos logo com criador original (mangá) e esquecemos desses magos (diretores) que dão vida para os personagens na televisão. Esta é uma profissão bastante respeitada e de grande responsabilidade no Japão, pois tem a difícil tarefa de animar muita das vezes obras intocáveis.

Há ocasiões em que os diretores “estragam” a obra, fazendo com que o mangá que você tanto gosta se torne um lixo na versão anime, mas , o contrário também acontece, e  mangás nem de longe interessantes tem seus personagens sem graça transformados em grandes heróis ou vilões pelas mãos do diretor.

Por último, cito o que talvez fez o melhor trabalho de 2013 como diretor de anime , Tetsuro Araki que animou nada mais nada menos do que o espetacular Shingeki no Kyojin, obra original do mangaká Hajime Isayama. Araki adaptou de forma tão competente e magistral que esse anime, além de estar sendo usado para basear um filme live-action no Japão, já despertou interesse de vários estúdios Hollywoodianos.

Araki dirigiu o anime com uma pegada de séries americanas, colocando aquela dramatização diferente da que estamos acostumados a ver em animações japonesas. O produto final ficou com tons de séries como Guerra dos Tronos e The Wallking Dead, e resultado ficou incrível!

Trupe, essa foi uma singela homenagem aos mestres que fazem as páginas preto e branco do mangá se tornarem um show de cores com muita vida nas telinhas. Não se acanhem, dúvidas, sugestões, críticas, são muito bem vindas, se quiseram alguma resenha ou informação sobre determinado anime, mangá, ova, filme, basta deixar seu comentário que de bom grado irei fazer. Deixe também o registro de quem é seu diretor favorito.