Os Combo Rangers realizaram mais um feito incrível: quase 10 anos após o cancelamento da revista, eles vão voltar às livrarias graças à colaboração dos fãs e da Editora JBC. A todos que colaboraram: guardem essas palavras pois eu as escrevo do fundo do meu coração para cada um de vocês: nós fizemos isso juntos. Os heróis que tanto amamos lutaram, cresceram, caíram e estão voltando porque NÓS ACREDITAMOS NELES.Há algo muito poderoso nisso que acabamos de fazer juntos. Lembre-se disso na próxima vez que cair. Porque essa é a lição mais valiosa que aprendi com os Combo Rangers, desde que escrevi a primeira história deles, em 1997.Obrigado. MUITO OBRIGADO.
Foi dessa maneira que Fábio Yabu, o criador dos Combo Rangers, revelou em seu projeto do Catarse que os heróis estavam definitivamente de volta: e tenho que dizer que eu não poderia estar mais feliz! Mas antes de falar sobre o álbum, a história e tudo mais, vamos às informações gerais.
Os Combo Rangers foram criados inicialmente como uma HQ digital, no já longíquo 1998. Como HQ digital, teve três fases: Bolinha, Zero e Revolution. Também houve dois lançamentos em formato físico: 12 edições + 3 especiais pela JBC entre 2000-2002 e 10 edições pela Panini entre 2003-2004 (revistas que eu tenho até hoje \o/)
A última publicação dos Combo saiu em 2003. De lá pra cá, os fãs (eu incluso) tiveram que esperar dez anos para ler novamente uma história inédita desses carismáticos personagens. Por isso o anúncio recebido nas últimas semanas de 2012 (exatamente no dia 23 de dezembro) explodiram as cabeças dos fãs: o projeto do “renascimento” dos Combo foi anunciado por meio de um financiamento coletivo, numa parceria entre o Yabu, o Michel Borges, a JBC e os leitores – e não tinha como essa combinação ter dados mais certo! Dois meses depois, com mais de R$ 67.000,00 financiados por 741 apoiadores, os Combo Rangers estavam de volta!
Por fim, agora, em setembro de 2013, recebi o meu álbum “Combo Rangers: Somos Heróis”. Foi uma década, mas posso dizer sem nenhuma dúvida que essa espera valeu MUITO a pena!
Combo Rangers: Somos Heróis traz de volta tudo aquilo que fez do grupo o sucesso de dez anos atrás: personagens carismáticos, situações inusitadas, bom humor, lágrimas nos olhos de emoção, easter eggs e diversas surpresas para os fãs. É importante ressaltar também que esse novo álbum não é só para aqueles que liam Combo Rangers, mas também foi feito
sobre medida para trazer novos leitores. Nesse ponto, o “reboot-que-não-é-reboot” ajuda bastante para que todos se situem no novo universo.
As regras dessa “nova fase” são deixadas claras logo nos prólogos do álbum principal – as duas histórias lançadas na web (“Não tá fácil pra ninguém” e “Voar de novo”) – no mundo dos Combo, poderes são normais e muitas pessoas os têm; porém, ter poderes não é igual a ser um herói. É justamente o contrário: heroísmo tornou-se algo do passado, e muitos usam seus poderes para benefício próprio ou para benefício nenhum.
Assim, quando a Terra é atacada por um Império do Mal (entendedores entenderão), nada mais justo do que os campeões da justiça do passado convocarem uma nova geração de candidatos a heróis – “heróis” não por seus poderes, mas pela condição de seus corações. É aqui que a maior mensagem do álbum é dada: não importa o que sabemos/podemos fazer – o que realmente importa é O QUE FAREMOS com isso!
Yabu não dispensa críticas ao sistema de ensino (como ele havia dito pra gente no SenpuuCast especial), fazendo uma releitura de um saudoso personagem da primeira fase dos Combo: o Diretor Monte mostra como na maioria das vezes o sistema de ensino prioriza o “padrão” ao invés de enxergar os diferenciais de cada criança. Podando tais talentos e nivelando todos os pequenos, é de se esperar que as gerações se tornem cada vez mais apáticas, não se importando em realmente fazer a diferença. Ponto certeiro do autor!
Saindo das críticas sociais, também não faltam as partes emocionantes que o público que gosta de tokusatsu conhece tão bem. Em especial o diálogo entre o tio Combo e o Fox, os acontecimentos com o tio Combo e as lições sobre amizade, sonhos, acreditar em si mesmo e fazer o que é certo são pontos altos para todo fã dos live-actions nipônicos.
A arte merece também um destaque! Michel Borges fez um trabalho digno dos maiores elogios: seus traços seguem a linha estabelecida do design de personagem dos Combo, mas é possível notar um grande destaque dado nas emoções dos personagens – mesmo sem falas, Michel consegue expressar muito bem o que cada um deles está dizendo e sentindo. Aplicando um estilo mais “cartunesco” (novamente combinando com o clima dos Combo) sua arte também consegue arrancar vários risos (principalmente nas partes SD [super deformed]) e lágrimas (como nas supracitadas “cenas do tio Combo”). De fato, um dos artistas que mais gostei nas histórias dos Combo Rangers. Não vejo a hora de ver o próximo álbum, além de ver mais trabalhos do Michel!
Ainda nesse quesito, o time da arte-final (Cláudia Medeiros) e das cores (José Carlos Silva e Walmir Arcanjo) também merecem parabéns. As cores claras e vivas e os efeitos criados para os uso dos poderes são dignos de atenção. O álbum tornou-se vibrante, por assim dizer, e aliado à impressão no papel usado pela JBC, a arte se sobressai. Lembrando que tanto a Cláudia quanto o Walmir já trabalharam anteriormente com os Combo Rangers.
Fechando com os comentários, quero acrescentar que a trama é muito bem conduzida e extremamente bem desenhada, utilizando os clichês que conhecemos das histórias de heróis/tokusatsus da melhor maneira possível. De fato, um ótimo recomeço para os Combo Rangers e com muitos pontos para serem desenvolvidos nos próximos álbuns.
Entre esses possíveis pontos, ficam as dúvidas: e a timeline anterior, onde exatamente se encaixa? O que significam as primeiras páginas (que estão diretamente ligadas à cronologia anterior)? Quem é realmente o misterioso vilão? Qual a relação do vilão com os dois subordinados? (e por que o [SPOILER] é um desses subordinados? Aliás, porque o Deck também é um dos subordinados?) E por último, ficou claro que o [SPOILER] tem lembranças do universo anterior, e é provável que nos próximos álbuns tenhamos mais surpresas e revelações quanto a isso.
Eu não sei quanto a vocês, mas estou MUITO animado com o leque de possibilidades que o Yabu abriu com Combo Rangers Universe – e a espera para o próximo lançamento (que provavelmente sai ano que vem, entre 3º e 4º trimestres) não poderia ser aguardada com maior ansiedade… Mas se já esperamos dez anos e fomos extremamente recompensados, um ano não é nada, não é mesmo!?
Por último, uma mensagem pro Yabu e pro Michel: Obrigado! MUITO OBRIGADO! =D
COMENTÁRIOS RANDÔMICOS (spoilers e linguagem coloquial, ok?):
• Os fãs de Tokusatsus pira: tem Power Up, tem poderes especias diferentes pra cada um, tem mecha, tem abertura dos Changemen, tem homenagem a Goranger, tem pieguice (no melhor sentido da palavra) do valor da amizade, tem lição de moral pros pequenos (e pros grandes) e por aí vai!
• Ken é ainda o meu personagem preferido – e o modo como ele é apresentado e a maneira como ele se coloca na equipe só corroboram com a escolha dele! Ele juntando o pessoal, agindo como o cérebro do grupo, sendo o “field leader” da galera – demais! Ainda teve alguns pontos sobre a família dele (que continua problemática) que só aumentam a minha afeição pelo personagem (e a inserção do “Homem de Gelo” foi genial!)
• Fox foi um grande destaque também – aliás o fato de eles NÃO terem poderes foi algo extremamente interessante – e como o Fox trata esse assunto, não querendo desistir do poder e realmente querendo fazer a diferença (num mundo em que muitos poderiam, mas simplesmente não se importam em fazer), é inspirador!
• Lágrimas na conversa do Fox e do tio Combo + lágrimas na cena Genkidama! (deem um desconto, foram 10 anos esperando por isso! Hahaha)
• Pacificador é O coadjuvante! Os comentários cheio de sarcasmo são impagáveis!
• Cara, como eu queria que a Sara fosse a Combo Rosa – nada contra a Tati, mas eu sou “Team Sara” =]
• Tati com os poderes da Garota Arco Iris depois do Power Up, mais um easter egg pros fãs! \o/
• Sem contar o Azaghal e o Jovem Nerd – ri muito!
• E o Pedreira quando transformado é a cara do Onix (sim, o Pokémon)! Michel mandou bem desenhando o rosto e cabelo do personagem “parecido” com o Pokémon.
• Para os próximos volumes, queria ver mais do Homem Reflexo! Entendo completamente o fato de não dar para explorar todos os personagens, afinal tem muita gente na história, por isso que fica como wishlist para os próximos volumes – e se aparecesse o Homem Equilibrio, eu ia rachar de rir, certeza!
• Maya e Fabi também seriam muito bem vindas nos próximos ! <3
Agradecimentos: posts antigos do Yablog, Wikipédia (pelas informações gerais), minha querida e exagerada memória afetiva, downloads secretos dos arquivos .swf lá de 2002, os antigos quadrinhos dos Combo pela Panini, e o Senpuu (que me deu a oportunidade de conversar com o Yabu). E para ficar sempre por dentro das novidades do sentai brasileiro, é só acessar o site oficial!
Ao começar a ler entrei totalmente no túnel do tempo, voltar a ver essa galera reunida foi muito bom, várias cenas emocionantes e de cair o queixo de tão bem desenhadas e dinâmicas. Foi um apoio muito gratificante de fazer parte.
A maior crueldade foi quando recebi o envelope, abrir sem estragar era o objetivo.
Que venha 2014 com o 2º álbum e que o 3º já vneha no ano seguinte.
Rodrigo,
Muito obrigado pela resenha tão emocionante!!
Abração!!
Esqueci de mencionar isso tambem, Asevedo! Aquela embalagem ficou muito linda! Abri com o maior cuidado e deixei guardada tão bem qnto o álbum! Hehe
Fabio! Que é isso, eu é que agradeço! Hehe
Esperamos ansiosamente pelo proximo album!
Abração!
Caramba! DOMO ARIGATO, falando fazendo gestos exagerados de personagem de tokusatsu!
Resenha lindona!!! hahahaha
Abração!!!
Michel! Hahaha eu que agradeço!
Valeu mesmo!! =DD
Abração!
PS.: Aquele mecha ficou muito loko! =]
Ótima resenha, primo. Espero em breve poder discutir pessoalmente.
E parabéns ao Yabu… Me fez lembrar da infância e de bons momentos de “This is Us”… :]
2001.O ano em que fui apresentado ao mundo dos quadrinhos,através dos mangás da Jbc e,é claro,dos Combo Rangers.Marcou muito minha infância…
Q