Bleach [Review]

Fala, trupe!

Hoje a resenha é especial, vamos falar de um anime que gosto muito, Bleach. A história completa 12 anos neste mês e está chegando na reta final, deixando já saudades para os fãs que acompanham as aventuras de Ichigo há vários anos assim como eu. Aviso, para quem não conhece o anime, que o texto tem muitos spoilers.

Em agosto comemoramos 12 anos de lançamento do mangá Bleach, de autoria do mangaká Tite Kubo e publicado pela revista Weekly Shonen Jump (Saint Seiya, Dragon Ball)  que conta a história de um estudante de cabelos laranja chamado Ichigo Kurosaki. Ele tem um estranho dom de ver espíritos desde criança, mas parece não se importar muito com isso, até um dia conhecer Rukia, uma Shinigami (deuses da morte) que, após um tempo, se torna um Shinigami Substituto à serviço da Soul Society, com a missão de caçar os devoradores de almas chamados Holows.

Muitos dizem que Bleach é uma cópia de outro anime famoso, Yu Yu Hakusho, e essa comparação não é feita à toa. Para começar, logo no primeiro episódio, vemos Rukia e em Yu Yu Hakusho temos Botan, também uma Shinigami que aparece para Yusuke. E as semelhanças não param por aí… Ichigo e Yusuke morrem e ressuscitam, ambos tem pais poderosos, são caçados pelas entidades para as quais trabalham, possuem um poder misterioso e são estudantes.

Apesar dessas similaridades, Ichigo se destaca em uma coisa. Ao contrário de várias séries nas quais os protagonistas são losers e depois se tornam grandes heróis, ele, pelo contrário, é um ótimo aluno, sabe lutar, tem vários amigos e uma boa família. Nosso protagonista se encontra com um ex Shinigami Substituto que se revoltou contra a Soul Society, em Yu Yu Sensui era um ex detetive espiritual que se revolta com o mundo espiritual. Inclusive, foi exatamente essa fase do “Shinigami Substituto” que não agradou a maioria dos fãs.

Mas não é para menos, além de ter sido uma cópia descarada da segunda fase de Yu Yu Hakusho, a história foi fraca e acabou desanimando o estúdio Pierrot (Fushigi Yugi) a dar seguimento com a série televisiva e  acabaram  cancelando o anime após o fim dessa fase.

Há boatos que a trama de Bleach foi apresentada por Kubo na mesma época que Yu Yu Hakusho e, sendo assim, não pôde ser lançado devido às semelhanças. Porém, basta assistir ou ler Bleach que logo encontramos algumas coisas que são claramente copiadas. Mesmo com tudo isso, Bleach mantém uma história muito interessante, personagens carismáticos, uma trama bem elaborada e um roteiro bem escrito.

Ichigo é um enigma até a terceira fase (o mangá se encontra atualmente na quarta fase), nunca sabemos o que ele realmente é, de onde vem, quais são seus poderes e por que muitos o temem. O pai dele também um Shinigami, o que nos faz ficar ainda mais com a pulga atrás da orelha.

No decorrer da série, nos é apresentado talvez o grande vilão de toda a produção, o ex-capitão da Soul Society, Aizen Sousuke. Ele é ambicioso e quer, a todo custo, dominar a Soul Society. Na luta contra Ichigo, Aizen revela que todas as batalhas que travou foram planejadas por ele e que Ichigo sempre esteve em suas mãos. Foi muito inteligente da parte de Kubo fazer isso com personagem principal, aumentando ainda mais nossa curiosidade sobre ele.

A narrativa de Bleach também segue de forma eficiente, sem cair em furos ou incoerências. Há fillers sim, mas nada que atrapalhe o desenrolar. Vários personagens interessantes vão ganhando destaque na série, como Byakuya Kuchiki, irmão de Rukia, o Vaizard Hirako, o misterioso Urahara, o valentão Zaraki, entre outros.

O mangaká sabe prender o leitor e nos surpreende a cada momento como a cena em que Ikaku, um “simples” Shinigami de baixa patente, desperta o poder Bankai, que é o maior poder que o Shinigami tem. Outra surpresa acontece quando Chad, o melhor amigo de Ichigo, usa poderes semelhantes a um Hollow. E uma das coisas mais surpreendentes (que pode ser vista somente no mangá), é a mãe de Ichigo ser uma Quincy, eternos rivais dos Shinigamis.

O diretor da série televisiva, Noriyuki Abe, que também dirigiu Yu Yu Hakusho, soube transferir muito bem as histórias do mangá para as telas. A segunda fase, onde aparecem os Holows chamados de “Espada” é recheada de muita ação e drama. Toda vez que um Espada se anuncia toca uma música espanhola e os golpes também são falados em espanhol, criando uma característica única para eles.

Kubo é fã declarado das bandas Nirvana, Red Hot Chilli Peppers e Metallica. Há um episódio em que Ichigo chama Sad de Chad Smith, baterista do Red Hot Chilli Peppers, um longa de Bleach foi batizado de  “Fade To Black”, mesmo nome da música da banda Metallica. O autor se mostrou surpreso quando a série de TV foi cancelada, dizendo que não estava esperado por isso, mas a produção já havia passado por mudanças de classificação etária e nos últimos episódios chegou ser classificada para dezoito anos, mas não adiantou.

O mangá de Bleach se encontra na saga final intitulada “A Guerra dos 1000 anos”, na qual é mostrada a volta dos Quincy, que estão dispostos a destruir o mundo. Ichida, amigo de Ichigo, toma um novo rumo que mais uma vez surpreendeu os leitores. Inclusive, Kubo acrescentou uma nota no final do último mangá publicado que faria uma pausa para ter mais tempo para trabalhar a história e fechar com chave de ouro.

Fica nossa torcida para que tudo dê certo pra ele nessa etapa final. Bleach, mesmo com as várias semelhanças com Yu Yu Hakusho tem seu brilho próprio, conquistou muitos fãs e merece um lugar ao lado de grandes obras como Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco e o próprio Yu Yu Hakusho.

Para quem ainda não conhece, eu recomendo! Bleach é mais que um anime de ação, o clima de mistério sobre o protagonista é o ponto forte da obra.