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Wolverine: Imortal [Crítica]

Alexandre Landucci 11 anos ago 5 22

wolverine_ver4_xlgWolverine: Imortal
(The Wolverine, 2013)
Ação/Aventura – 126 min.

Direção: James Mangold
Roteiro: Mark Bomback e Scott Frank

com: Hugh Jackman, Rila Fukushima, Tao Okamoto, Hiroyuki Sanada, Svetlana Khodchenkova, Will Yun Lee, Ken Yamamura, Hal Yamanouchi, Famke Janssen

Vamos esquecer que um dia X-Men Origens: Wolverine viu a luz do dia. Vamos considerar que após o mediano (sendo gentil) X-Men 3, Wolverine ganhe sua primeira aventura solo aqui. Por quê? Porque diferente do péssimo Origens, esse é de fato um filme sobre Wolverine e não mais um desfile de mutantes pela tela. Fora o Carcaju, pouquíssimos mutantes cruzam a tela, podendo ser agrupados em uma mão sem grandes dificuldades matemáticas. Isso faz do filme excelente? Não, mas faz da produção divertida e redondinha e principalmente, focada em seu protagonista.

Os primeiros momentos do filme se passam na Segunda Guerra Mundial, quando um Wolverine prisioneiro (e ainda sem adamantium) é salvo – na cabeça do salvador – morte certa após os americanos lançarem uma das bombas atômicas em solo oriental. Yashida, o soldado que o salvou, se impressiona com o fato de na verdade Wolverine acabar o salvando, e por consequência revelar sua natureza mutante, quando o impacto da explosão alcança o local onde ambos estão escondidos.

O filme então avança no tempo até – ao que parece – alguns poucos anos depois da terceira aventura mutante. Logan é um ermitão que vive escondido nas montanhas canadenses, absolutamente largado para a vida e obcecado pela morte de Jean Grey, sendo “visitado” por ela durante os sonhos. Quando um Wolverine barbudo e cabeludo se envolve numa confusão com caçadores, toma conhecimento de que o japonês que tentou salvá-lo está à beira da morte e deseja vê-lo antes de partir dessa para uma melhor (ou não). Escoltado pela misteriosa Yukio é convencido a visitar Yoshida, agora um sujeito podre de rico e que oferece ao nosso mutante nervosinho a chance de deixar de ter seu fator de cura, o que o torna praticamente imortal (dai o título nacional, entenderam?).

The-Wolverine-Hugh-Jackman-image

Claro que a coisa não é tão fácil assim e uma vez no Japão, Logan se envolve com a neta do milionário, Mariko e acaba perseguido pela máfia japonesa e por uma serie de ninjas estranhos, todos em busca da garota protegida pelo nosso herói.

James Mangold dirige o filme que tem como grande mérito ser sobre Wolverine e levar o personagem razoavelmente a sério, como nos quadrinhos. Quem conhece minimamente o personagem sabe que ele é – de longe – um dos mais complexos e “adultos” personagens da Marvel e em seu filme solo anterior foi tratado muito mal. Ainda que não se aprofunde muito, o filme pelo menos acerta no tom do que quer mostrar. Ajuda muito o fato da historia acontecer no Japão, um país marcado pelos contrastes entre a última novidade e o apego a milenar tradição. Para um personagem como Wolverine, um sujeito velhíssimo e que vive confuso em meio à contemporaneidade, não existe lugar melhor para que se debata sua “imortalidade”.

Tao-Okamoto-The-Wolverine-Hugh-Jackman

Meu conhecimento sobre as aventuras de Logan no Japão é limitado mas, em uma rápida pesquisa dá pra notar que muita coisa foi mudada em relação às hq’s, especialmente em relação aos personagens de Yukio(interpretada por Rila Fukushima) e de Harada (interpretado por Will Yun Lee), além da identidade do grande vilão da trama. Se os fãs vão reclamar pelas mudanças não sei, mas o filme é bem construído em uma típica (e boa) aventura de ação até quase o seu final, praticamente deixando de lado as sequências de ação irreais (embora, seja impossível não dizer que, curiosamente, a mais eficiente delas, envolva uma perseguição em um trem e seja – de longe – a mais absurda). O filme só derrapa quando tenta resolver sua trama e parece esquecer da simplicidade e do clima Musashi/Zatoichi/Lobo Solitário e apelar para brigas megalomaníacas.

Hugh Jackman continua bem à vontade no papel, embora nunca tenha precisado ir verdadeiramente fundo na psique perturbado de Logan. As aparições – até excessivas – de Famke Janssen podem incomodar em primeiro instante, pois parecem uma muleta narrativa bastante pobre. Em vez de mostrar tensão, prefere-se colocar uma personagem que avisa Wolverine (e o publico) do perigo próximo. Porém, com o decorrer da historia, fica claro que sua função é maior e está relacionada à redenção de Logan. O elenco de coadjuvantes é surpreendentemente bom, levando-se em conta que apenas Hiroyuki Sanada (de Twilight Samurai e Ultimo Samurai) tem experiência anterior. Tanto Rila Fukushima, como Yukio e principalmente Tao Okamoto que vive Mariko funcionam muito bem e dão credibilidade a trama. Okamoto por sinal, é responsável por comprarmos um romance entre Wolverine e sua personagem de forma sutil e bastante delicada.

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Por outro lado, apesar de Will Yun Lee/Harada estar bem, seu personagem assim como a geneticista mutante Viper (Svetlana Khodchenkova) sofrem de mudanças súbitas de opinião e lealdade, já que hora “jogam para os mocinhos” e hora para os vilões, o que atrapalha ainda mais o problemático ato final.

Felizmente muito superior ao horrível Origens, James Mangold quase cumpriu a risca o que prometera em uma serie de entrevistas: que faria um filme pé no chão com cara de Western e filme de samurai. Até quase o final, o filme realmente adotava essas características. Pena que justamente nos derradeiros momentos, exista uma concessão desnecessária aos clichês. Mas, felizmente nada que fala a aventura do Carcaju ser menos divertida. Que o próximo filme do mutante acerte na mosca.

Obs: não saia da sala antes de ver a cena pós-créditos do filme. Além de nostálgica e muito bem realizada, aponta caminhos para a sequência da vida de Wolverine no cinema

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Dizem que é crítico de cinema, dizem que é um cara legal e dizem também que pode ser bem ranzinza. Outros, no entanto, dizem que "as vezes" ele acerta no que fala, enquanto outros - ele deve pagar essas pessoas - gostam do trabalho dele. Fã de Galactica, Doctor Who, Hayao Miyazaki, David Cronenberg, Dario Argento, Orson Welles, Grant Morrison, Neil Gaiman e comprador compulsivo de filmes.

5 Comments

5 Comments

  1. Giovani Machado disse:

    Não achei o final tão problemático assim , mas a cena extra coloca no chinelo muito filme de super herói por aí . Tanto de ferro , como de aço .

  2. wallace disse:

    Serio que acho o Origins ruim, melhor filme do X-mens ao meu vê, gosto e algo muito complicado hahaha

  3. wallace disse:

    Vixe falei errado Fist-class que é bom, este origins é muito ruim

  4. breno disse:

    Enredo repetitivo, falas previsíveis, o filme foi unicamente ação, pois de resto foram histórias que eu já havia visto em qualquer outro filme, mudando nome de personagens, países…

  5. jailson disse:

    Eu vi o filme semna passada,achei regular,nada de impressionar muito,mas no final na cena pós-créditos,nós mostra que o proximo filme x-men dias de um futuro esquecido,esse sim,vai ser bom,espero.

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