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Velozes e Furiosos 6 [Crítica]

Alexandre Landucci 11 anos ago 1 35

000Velozes e Furiosos 6
(Fast & Furious 6, 2013)
Ação/Thriller – 130 min.

Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan

com: Vin Diesel, Dwayne Johnson, Paul Walker, Michelle Rodriguez, Luke Evans, Ludacris, Tyrese Gibson, Gina Carano, Sung Kang, Gal Gadot, Elza Pataky, Jordana Brewster

crítica: Alexandre Landucci

A abertura do filme já entrega: Velozes e Furiosos 6 podia ser uma serie de televisão. E uma boa serie de televisão, que fique claro, nos moldes do saudoso Esquadrão Classe A, onde um grupo de militares foras da lei partia para as missões mais perigosas e que ninguém mais aceitava. Muito parecido com a trama dessa sexta historia da franquia que começa com o resultado de um assalto que teve como alvo um aparato militar que pode ser usado na construção de uma espécie de bomba que inutiliza os aparelhos eletrônicos.

Na captura desse bando está o agente Hobbs (Dwayne Johnson) que recebe a companhia da belíssima Riley (Gina Carano) e percebe que pelo modus operandi da equipe de assaltantes, apenas outro grupo de bandidos poderá encontrá-los. Ele recorre a Dominic Toretto (Vin Diesel) e toda sua equipe que está de volta quase que completa: seu cunhado Brian (Paul Walker), o especialista em tecnologia Tej (Ludacris), assim como Roman (Tyrese Gibson), e o casal Han (Sung Kang) e Gisele (Gal Gadot), que se unem aos policiais para enfrentar a gangue. E como eles são convencidos a isso? Perdão total pelos crimes cometidos até então e a chance de re-encontrar Letty (Michelle Rodriguez) que parecia ter morrido no quarto filme da franquia (e como a cena extra do quinto filme já nos dizia está viva). Movido pelo amor ainda latente pela garota, Dom e os demais aceitam o desafio.

O inimigo da vez é o ardiloso e inteligente Shaw (Luke Evans), que também tem uma equipe formada por figuras exóticas, que funcionam como nemesis da equipe de Dom. Além disso, o vilão tem treinamento militar e acesso a uma infinidade de armas de grosso calibre, fazendo do desafio ainda maior. E para piorar, ainda usa uma mistura de carro de corrida com o Batmóvel dos últimos filmes do Batman, extremamente rápido e aerodinâmico e que usa sua carenagem esguia como rampa para impulsionar e consequentemente destruir outros carros (sério?).

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Vale um registro importante: o filme trás de volta uma serie de personagens que já fizeram parte da serie em diversos outros momentos da mesma. Portanto, é interessante para o espectador antes de assistir ao sexto filme da franquia, que assista aos anteriores, em especial o primeiro (que dá as bases do “mundo” de Velozes e Furiosos), o terceiro (que, eu sei, é fraquinho, mas é importante no desfecho da trama) e o último (já que posiciona os personagens de Diesel e Walker e apresenta Dwayne Johnson). Mas, mesmo sem assistir aos anteriores, a diversão – fator fundamental do filme – não fica prejudicada, já que a trama é bem simples – até simplória – e o foco são mesmo as sequências de ação.

Sequências essas que são excelentes, e duas delas estão certamente no topo das mais impressionantes do ano. A primeira e mais forte, tem de tudo que o bom cinema de ação tenta atingir. É tensa, visualmente impactante, acerta ao criar pequenos clímax durante os acontecimentos e termina de forma absurda em termos visuais. Uma daquelas sequências em que a física é completamente ignorada em prol da fantasia e de uma ótima cena. É definitivamente o ponto alto do filme e das sequências de ação do ano – até aqui – de longe, a melhor.

Velozes 6, só não é mais divertido que o quinto filme pois sua trama é simplória. O filme tenta encontrar uma solução para o ressurgimento de Michelle Rodriguez que é o mais óbvio possível, assim como tenta criar um pequeno drama sobre os sentimentos de Dom, ou dar espaço para o casalzinho formado por Han e Gisele. Entendo que é necessário que exista alguma coisa que segure a história além das muitas sequências de ação, mas ao tentar ser “profundo” o filme fracassa. Isso não chega a derrubar o filme, mas é incomodo acompanhar uma serie de atores medianos tentando extrair emoção de um roteiro que não se acerta nisso.

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Vin Diesel continua carismático, Dwayne Johnson cada vez mais fisicamente inumano e Paul Walker não compromete. O vilão de Luke Evans (um ator que não acho grande coisa) funciona e Michelle Rodriguez é um bem vindo retorno a serie. E Gina Carano, além de linda, é tão fisicamente impressionante quanto Dwayne, arriscando até um Roadhouse Kick (movimento imortalizado por Chuck Norris) em versão juvenil e ainda luta de forma competente quando é exigida. Ela já merece sua franquia de ação.

As lutas que nunca foram o foco do filme, aqui ganham impacto com direito a combates dentro de metrôs, aviões e tiroteios constantes. Tudo bem realizado, o que mostra que Justin Lin sabe de fato dirigir muito bem esse tipo de sequência. Em compensação, ele tenta criar uma dinâmica desnecessária em sequências de conversa, lembrando os excessos de Michael Bay e sua mania de girar o eixo da câmera o tempo todo.

E os carros? São muitos e praticamente de todo o tipo. Bastou ter quatro rodas (ou mais) que a produção deu um jeito de incorporar a um trecho da história. Dos tipos mais básicos e modernos, até os “tunados”, os construídos, os “muscle cars” americanos dos anos setenta e mesmo um tanque de guerra (porque não?) fazem parte do menu do filme.

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Velozes e Furiosos 6 não chega a ser o melhor filme da franquia (fico com o original e o quinto) mas é bastante divertido com todos aqueles exageros típicos dos bons filmes de ação. Mesmo com uma trama simplória e revelações facilmente adivinhadas, o filme acerta no que se propõe: pouco mais de duas horas de carros, perseguições e testosterona.

(Obs. importante: NÃO saia da sala quando os créditos começarem a rolar. Existe uma EXCELENTE cena ao final do filme)

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Dizem que é crítico de cinema, dizem que é um cara legal e dizem também que pode ser bem ranzinza. Outros, no entanto, dizem que "as vezes" ele acerta no que fala, enquanto outros - ele deve pagar essas pessoas - gostam do trabalho dele. Fã de Galactica, Doctor Who, Hayao Miyazaki, David Cronenberg, Dario Argento, Orson Welles, Grant Morrison, Neil Gaiman e comprador compulsivo de filmes.

1 Comment

1 Comment

  1. Rodrigo disse:

    Pra mim os melhores filmes da franquia são o primeiro, o quarto, que pra mim fracassa no final e o quinto que supera todos eles, o dois e o três pra mim, se você assistir a franquia pulando eles, eles nem fazem falta.
    Estou curiosíssimo pra assistir ao 6º filme e com bastante expectativa, ainda mais depois desta matéria

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