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Capitão América: O Primeiro Vingador [Crítica]

Mozart 13 anos ago 1 3
Capitão América: O Primeiro Vingador
(Capitain America: The First Avenger, 2011)
Aventura – 124 min.

Direção: Joe Johnston
Roteiro: Christopher Markus e
Stephen McFeely

Com: Chris Evans, Tommy Lee Jones, Hugo Weaving, Hayley Atwell, Stanley Tucci, Dominic Cooper e Sebastian Stan
Crítica escrita por: Alexandre Landucci
Os maiores temores da adaptação de Capitão América para o cinema eram bastante claras. Vivemos em um período histórico profundamente antiamericano, e toda e qualquer manifestação de patriotismo vinda do “Tio Sam” é recebida com pauladas sem nenhuma piedade. Qual foi a sacada da Marvel Studios, dos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeally (da série Narnia) e do diretor Joe Johnston (Lobisomem, Jurassic Park III e Rocketeer)? Ambientar o filme em um momento histórico em que seria quase imoral não torcer para o pessoal de azul e vermelho e que o personagem soasse razoavelmente crível: a segunda guerra mundial.
Essa sacada faz de Capitão América uma mistura do melhor da diversão escapista oitentista, com um clima divertidíssimo que não se leva a sério e que rende duas horas de entretenimento de qualidade (coisa rara).O roteiro usa e abusa das referências a dois dos mais importantes filmes de matinê da história do cinema: Indiana Jones e Star Wars. Reparem na sequencia de corrida de motos em que além da óbvia referência a clássica sequencia (passada em época semelhante) de corrida em Indiana Jones e a última Cruzada, ainda lembra bastante a igualmente clássica corrida de speedster em O Retorno de Jedi, sem contar o uso descarado (que encaro como homenagem) dos efeitos sonoros da saga de Lucas para ilustrar os acidentados.
A Marvel usa de forma inteligente a questão da guerra, já que apesar de dar todo o destaque para o conflito não se esquece de apresentar o Capitão América como símbolo da propaganda de guerra da época. É nesse ponto que o filme talvez tenha realmente atingido em cheio o público não americano. Zombando claramente dos esforços coloridos e bandeirosos de trazer uma falsa realidade da guerra, contrastando com a sombria realidade. Nesses poucos mais de cinco minutos, o filme de Joe Johnson consegue com maestria homenagear a origem dos quadrinhos do Capitão (apresentando um traje spandex com o escudo em formato original e exemplares da revista do personagem sendo lida por uma molecada da época), apresentar um dos grandes fenômenos do período (os musicais da Metro e o teatro de variedades) e ainda inserir de forma inteligente a critica quando sobrepõe toda essa sequencia colorida (e iluminada em tons de dourado para intensificar ainda mais essa idéia de “maior que a vida”) a uma apresentação do personagem para tropas já na Europa. A fotografia muda drasticamente, apostando com grande sabedoria no naturalismo que choca o espectador e aponta a verdade da vida dura durante a guerra. Tudo isso, é claro, seguindo a cartilha do filme de matinê de qualidade.
A direção de arte (trabalho da equipe de Rick Heinrichs, John Dexter, Chris Lowe, Andy Nicholson e Josh Bush) é deliciosa. Apesar do apuro técnico claro, que apresenta durante o filme, retratando o período histórico em que o filme se passa com grande competência, tem um que de arrogância ao não tentar ser 110% correto. Lembra uma versão melhor acabada (e com mais dinheiro) de cenários e do climão nostálgico de Capitão Sky (lembram desse?). O mesmo vale para a fotografia que não tenta criar um filme de época tão verossímil quanto os tradicionais dramas históricos.
Por sua vez, os efeitos visuais se não são perfeitos, são muito bem empregados. Não surgem como “ruídos” exagerados em meio à história, mas empregados de forma orgânica. Reparem na arma utilizada pela vilania nazista no filme. Um recurso batido para diminuir a censura e mesmo assim apelar para a violência necessária para contar uma história como essa, que aqui está organicamente empregada no filme. A transformação de Chris Evans em um raquítico e asmático personagem, talvez incomode a principio já que notamos uma ligeira incompatibilidade entre o tamanho da cabeça do ator e seu diminuto corpo, mas é um desconforto momentâneo que não compromete a movimentação do personagem e sua interpretação. Os efeitos sonoros são outro destaque, sem também parecerem fora de lugar. O exagero típico das aventuras está presente aqui, com socos que soam muito mais altos do que deveriam soar, armas que atiram de forma muito mais violenta do que deveriam atirar e explosões que produzem efeitos maiores do que o esperado.
Ainda no campo visual, é inegável constatar que a maquiagem do grande vilão do filme Caveira Vermelha (ou seria efeito digital, honestamente não descobri) é inacreditável de tão perfeita. Um dos mais impressionantes trabalhos que já vi na tela de cinema, causa repulsa, medo, asco e consternação e é tremendamente crível. Não é a toa que o filme demore a mostrar o resultado visual, criando uma expectativa em que assiste para ver o personagem “em todo seu esplendor” em tela.
Hugo Weaving, que interpreta Joachim Schmitt (vulgo Caveira Vermelha) é um grande ator e entrega mais um de seus típicos vilões agressivos e cheios de estilo. Dono de um plano mirabolante e que é tão calcado em quadrinhos quanto é possível (para se ter uma idéia do exagero, no meio de uma instalação de combate esconde um possante carro esporte com direito a “booster” que parece tinindo de novo), o personagem é um vilão interessante, embora não seja tri-dimensional. É a versão do diretor para o mal encarnado.
Chris Evans vivendo o franzino Steve Rogers (com ajuda da tecnologia como citei acima) tem uma sólida interpretação, convencendo o espectador de que pretende agir pelo bem maior. Evans não é um ator de grandes papéis, embora em Sunshine e em Scott Pilgrim esteja muito bem. Aqui ele não compromete e está em um momento muito melhor do que Chris Hemsworth em Thor, para ficar no panteão dos heróis Marvel.
A história (para quem não conhece) coloca o desnutrido Rogers como um postulante a soldado, que é encontrado por um cientista (o personagem de Stanley Tucci que tem função semelhante ao de Yinsen no primeiro Homem de Ferro) que desenvolve com o pai de Tony Stark (o magnata e playboy como o filho, Howard Stark, vivido aqui pelo competente Dominic Cooper) um soro que dará ao escolhido super força. O detalhe é que o cientista não busca apenas um soldado típico (e meio estúpido segundo a lógica do filme), mas alguém capaz de aliar força de vontade, bondade, inteligência, perspicácia e compaixão. Uma vez escolhido, Rogers tem injetado em seu corpo o tal soro, e torna-se o Capitão América, embora demore para ser um “herói” na concepção da palavra, segundo a história que o filme apresenta.
Entre os coadjuvantes, além dos já citados e que tem papéis pequenos, o de maior destaque é o do Coronel Chester Phillips vivido com bom humor pelo grande ator Tommy Lee Jones. Misturando o mau humor de seu personagem K em Homens de Preto com a genérica imagem do militar “casca grossa”, Lee se não tem um interpretação estupenda, faz o feijão com arroz com muito talento. É responsável pelos alívios cômicos do filme, que não ficam perdidos e são todos bastante funcionais.
E Joe Johnston? Tem um trabalho danado na história. Primeiro ao notar o plano de dominação global da Marvel, e ter a humildade de perceber que seu filme é só mais uma peça no evento Vingadores, programado para o ano que vem. Tendo que seguir certas regras da mitologia da empresa, faz um trabalho delicioso de se acompanhar que lembra bastante Rocketeer. Se o leitor tiver visto o filme, terá por antecipação uma idéia geral do trabalho de Johnston no filme. Tanto para as soluções visuais quanto para o clima e o tom da história.
O que faz com que Capitão América perca pontos é seu final corrido. Tudo acontece de maneira apressada e não convence totalmente. É claro que a idéia de que o filme faz parte de um universo maior ajuda essa sensação de capitulo intermediário, que talvez seja completo em Vingadores. Embora o final seja inteligente ao deixar em dúvida o espectador (a intenção é essa, mas o fã de quadrinhos vai talvez “pescar” a idéia mais rapidamente) sobre o que está acompanhando, é inconclusivo e deixa muitos pontos sem resposta.
Teríamos visto o verdadeiro final do Caveira Vermelha? E o Capitão Steve Rogers como sobreviverá com sua nova condição? Como os Vingadores entram nessa história?
Não percam no próximo capítulo de Marvel World Domination as respostas para essas intrigantes perguntas. O meu eu de 12 anos feliz da vida com o Capitão Bandeira agradece.
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Vulgo Mozart Gomes é o Fundador , administrador e idealizador do Senpuu. Designer Gráfico, Mozenjaa é o responsável por todas as mudanças no layout do Senpuu, tanto as boas quanto as ruins. Fã de tokusatsu desde a era manchete, resolveu consumir diariamente todo o seu amor pelo tokusatsu, criando o Senpuu.

1 Comment

1 Comment

  1. tiago disse:

    FILME MUITO FODA CLARO QUE TERMINA DESSE JEITO VINGADORES E A CONTINUAÇÃO DIRETA DO APITÃO AMERICA POIS AGORA QUE VM OS VINGADORES A ORDEM DESSE FILMESÉ ASIM

    HOMEN DE FERRO,HOMEM DE FERRO 2,THOR,INCRIVEL HULK E OR UTIMO CAPITÃO AMERICA EAGORA OS VINGADORES.

    QUE VELHA LOGO 2012

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