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I Saw the Devil [Crítica]

Mozart 13 anos ago 1 0

Alexandre Landucci

Suspense: 141 min.

Direção: Jee-woon Kim

Roteiro: Hoon-jung Park

Com: Byung-hun Lee, Min-sik Choi e Gook-hwan Jeon

Filme de vingança coreano, com Min Sik-Choi (“o” Oldboy) e Byung-hun Lee (GI Joe e Zona de Risco) guarda semelhança com o cinema do visceral Chan-wook Park. Ambos contam com antagonistas perversos, momentos de grande violência gráfica e finais de grande impacto emocional.

Mas, infelizmente apesar de perturbador como conto de vingança, não tem o frescor e a inteligência das tramas de Park. Por outro lado, apresenta um dos personagens mais assustadores do cinema moderno, o serial killer Kyung-Chul (interpretado por Min Sik-Choi, com trejeitos de seu papel mais famoso).

I Saw the Devil começa com a morte violenta de uma garota pelas mãos do serial killer que não apenas mata, mas despedaça suas vítimas. O noivo da mulher, o oficial da segurança nacional coreana Kim Soo-hyeon (Byung-hun Lee) decide perseguir todos os possíveis suspeitos de terem assassinado a garota. Porém, Kim não pretende prender o assassino mas fazê-lo sofrer ainda mais do que ele fez sua amada sofrer.

O filme passa a acompanhar primeiramente as tentativas e erros de Soo-hyeon em encontrar o verdadeiro assassino, não deixando de, no meio do caminho, mutilar, machucar e espancar até a quase morte os demais suspeitos.

I Saw the Devil pode ser descrito também como uma versão mais anabolizada e violenta de Desejo de Matar onde o “Charles Bronson oriental” enfrenta o Hannibal Lecter sujo e não adepto do canibalismo da Coréia.

Quando os dois começam a se confrontar a narrativa começa a brincar com nossas expectativas quase sádicas em acompanhar o policial maltratar e quase matar o serial killer a cada novo encontro, mutilando-o e ferindo-o de forma a prolongar sua agonia, apenas para soltá-lo na rua e partir para um novo confronto dias ou horas depois.

O problema é que apesar dos dois atores estarem em grandes momentos, depois de um tempo a história começa a perder seu foco e cair na paródia de si mesmo. Cenas “semi-gore” atrás de cenas semi-gore (e uma quase erótica pra contrabalancear) a história de Hoon-jung Park é uma coleção de situações tensas mas que não conseguem equilibrar-se bem como uma narrativa coesa. Explico: os momentos mais interessantes do filme são quando percebemos que o policial começa a perder a razão e a “gostar” de infligir dor em seu inimigo. Uma situação que se não é a mais original no mundo, no contexto do filme funcionava muito bem.

Na parte final do filme (especialmente nos 30 minutos finais, das mais de duas horas de projeção), o filme é desvirtuado e o policial quase vilão, volta novamente ao lado da luz e abandona as trevas de sua alma, apesar de manter-se violento. Falta equilibrar essa nova condição as mortes e cenas de violência apresentadas até então, além do fato de que a dualidade do personagem de Byung-hee Lee dava um charme ao filme e faziam o espectador não conseguir antecipar totalmente o desfecho da história.

O jogo entre gato e rato entre os dois personagens é muito interessante e algumas seqüências bastante tensas. A chacina dentro do taxi, com a câmera girando ao acompanhar a ação é desde já, uma das grandes seqüências que vi esse ano.

Apesar de apoiar-se na violência, I Saw the Devil não é gore em excesso. O diretor Jee-woon Kim não é adepto do torture porn de Eli Roth e segue a cartilha dos conterrâneos. Se fosse menos óbvio em suas resoluções (apesar das duas últimas cenas serem muito bem sacadas) I Saw the Devil seria um tremendo filme que faria jus a suas referencias e homenagens.

NOTA: 7,8

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Vulgo Mozart Gomes é o Fundador , administrador e idealizador do Senpuu. Designer Gráfico, Mozenjaa é o responsável por todas as mudanças no layout do Senpuu, tanto as boas quanto as ruins. Fã de tokusatsu desde a era manchete, resolveu consumir diariamente todo o seu amor pelo tokusatsu, criando o Senpuu.

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