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L Changes the World – Crítica

Mozart 13 anos ago 1 9

Alexandre Landucci

O terceiro filme da série Death Note é um spin off estrelado pelo investigador L, que era o responsável pela caçada do serial killer gélido e brilhante Raito Yagami, conhecido como Kira. O filme não é uma releitura dos fatos dos dois primeiros filmes, mas uma aventura nova usando como base os personagens da série de mangás/animes.

O filme começa com uma aldeia na Tailândia, tomada por um vírus (ou algo do gênero) que mata sem piedade todos os moradores, menos um garoto que (caso o espectador tenha visto os dois filmes anteriores) se tornará o sucessor de L, quando esse morre no final do segundo filme. Tal apresentação é tão óbvia que chego a duvidar se o diretor tenha pensado em “esconder” essa situação. Caso tenha tentado fazer isso, foi muito mal sucedido, pois qualquer um telegrafa o destino daquele garotinho estranho que em sua primeira aparição brinca de Sudoku em uma parede enquanto o caos explode ao seu redor (realismo em alta conta).

A trama volta atenção para L, que quando o filme começa, já está envolvido com o caso Kira a um bom tempo, tendo em mãos o Death Note de Misa Amane, o que situa essa terceira produção da “saga” Death Note em paralelo ao eventos do final do segundo filme.

Alternadamente vemos os eventos do garotinho e as subseqüentes investigações que L promove quando caso Kira se encerra e ele passa a ter “prazo de validade”. O problema reside ai. A história que é a mola propulsora desse spin off está longe de ter um impacto narrativo que a história do Shinigami e do caderno Death Note tinham. A impressão é que tudo não passou de um grandioso caça níqueis. Essa ruptura drástica com a “mitologia” da série acontece antes da meia hora inicial quando Watari é mostrado morrendo e L queima os dois Death Notes, fazendo com que o Shinigami desapareça.

O que o filme apresenta é uma aventura de mistério, onde L tem poucos dias de vida – devido a sua decisão radical ao final do segundo filme – e precisa descobrir porque o garoto foi o único sobrevivente do misterioso vírus que atacou sua aldeia e encontrar uma cura para essa praga. Obviamente o filme explora a interação entre o pequeno garoto e o bizarro investigador. No meio do caminho o filme ainda trás uma outra garota “diferente”, o que faz a bagunça ficar ainda maior.

O ator que interpreta L (Kenichi Matsuyama, o mesmo nos três filmes) continua com os mesmos cacoetes forçados dos filmes anteriores. Dessa vez pelo menos, não precisamos aguentar a sua interação forçada com Tatsuya Fuigiwara (que vivia Raito). É seu “show solo” exagerado como sempre.

O restante – como é o comum nos atores orientais de produções de ação – é fraca, ou simplesmente não consegue apresentar grande coisa. Uma pena, pois o filme ao exagerar no tom de seriedade precisa que seus atores dêem credibilidade ao que é visto – ou tenta-se – na tela.

Desnecessária – assim como em toda a série – é a longuíssima duração desse terceiro filme. Quase duas horas que parecem longas dezoito. A história não engrena e a tentativa de acrescentar intensidade emocional só faz naufragar ainda mais o roteiro. Num determinado momento, toda a genialidade de L é suplantada por duas crianças prodígio. Nada contra, e o cinema já mostrou dezenas delas, mas quando você convence seu público em dois filmes que aquele camarada é genial, fica complicado imaginar que dois “moleques” possam dar dicas para a solução do mistério – no caso, o virus misterioso.

Na soma de tudo, o terceiro capítulo de uma trilogia que não existe, é monótono como os outros não eram. Apresenta o mesmo nível técnico dos anteriores – o que não é grande coisa – mas sem o brilho das boas sequencias encontradas nas partes 1 e 2 e sem o excelente roteiro que permeava o mangá original.

Nesse caso, a primeira impressão realmente se comprovou. L Changes the World não passa de um caça-niquel.

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Vulgo Mozart Gomes é o Fundador , administrador e idealizador do Senpuu. Designer Gráfico, Mozenjaa é o responsável por todas as mudanças no layout do Senpuu, tanto as boas quanto as ruins. Fã de tokusatsu desde a era manchete, resolveu consumir diariamente todo o seu amor pelo tokusatsu, criando o Senpuu.

1 Comment

1 Comment

  1. Ed disse:

    Só posso concordar com o que foi escrito, esse L mude o mundo, é terrivel, num vo fica descendo a lenha que se não vou longe nessa tarefa, mais tudo o que o landucci escreveu, é fato!òtima resenha!

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